sexta-feira, setembro 29, 2006

Dia Internacional do Idoso


por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

Comemora-se a 1 de Outubro, o Dia Internacional do Idoso.

Graças ao contributo da medicina, assiste-se hoje ao prolongamento da vida humana. Isto exige que se dedique uma atenção mais específica ao mundo da chamada terceira idade, para ajudar estes, a viver plenamente as suas capacidades, bem como a dar assistência aos idosos, quando estes fragilizados pela doença, passam momentos difíceis.

Havemos de estar na sociedade atentos, por forma a defender os nossos idosos, sobretudo quando o enfraquecimento das suas forças, limitam-nos nas suas capacidades de autonomia.

Comemorar o Dia Internacional do Idoso é assumir perante eles, uma mudança de atitude, a começar pela família e a acabar no Estado – mudança que não limite os idosos a uma questão de dinheiro para pagar reformas e lares, onde se acolhe os mais pobres ou doentes.

Se os jovens e as crianças de hoje continuarem a ver as famílias, por comodismo ou falta de condições, a abandonar os seus membros mais idosos em lares ou a deixá-los na tristeza da solidão; se virem o Estado ignorar e deixar sem apoio as famílias que desejam conservar os seus familiares mais idosos junto de si; se verem que o Estado e a sociedade em geral não têm lugar para os idosos e sem saber como lhes pagar as pensões, então este problema será eterno e continuaremos a celebrar o Dia Internacional do Idoso, sempre falando de exclusão, em vez de reconhecer todo o bem que nos proporcionam e os valorizar como merecem.

Apelo neste 1 de Outubro de 2006 a que visitem os vossos idosos. Façam-no sem pressas. As vossas manifestações de afecto e carinho são muito importantes.


NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

Coitados deles, pobres de nós...


por Francisco Paulino (empresário do sector turístico e dirigente do CDS-Partido Popular)

Os meus amigos nortenhos, sempre que nos encontramos são pródigos nos mesmos comentários: “Isso é que é vida, lá no Algarve, praia todo o ano, ninguém trabalha, é só gozar o sol, o mar e as festas! E o dinheiro que se lá ganha sem fazer nenhum. Aqui a gente mata-se a trabalhar, vocês é que a levam na boa!”.

Coitados, como só vêem o Algarve em férias, é essa a provinciana ideia que dele fazem...

Todavia, os algarvios têm alguma culpa na forma como, por inércia própria, deixam que o resto do País veja o Algarve. Primeiro, porque, ao contrário do resto do mundo, só eles não o vêem como uma unidade e valorizam mais o que os separa (o barlavento, o sotavento e até o loulento) do que aquilo que os une e, assim, confere ao Algarve uma relativa unidade regional. Depois, porque ainda não conseguiram pôr-se de acordo sobre um “conceito estratégico” de desenvolvimento regional sustentado, que dê ao Algarve a autonomia que para ele reclamam.

Eu bem sei que o Algarve nunca foi bafejado pela sorte quanto à redistribuição do rendimento nacional e às intenções de investimento reprodutivo pelo Estado, centralizado em Lisboa desde o Senhor D. João II e daí ao longo da época liberal, monárquica e republicana, e do Estado Novo. E que, sendo região tradicionalmente periférica, com a adesão de Portugal à Comunidade e, depois, à União Europeia, se tornou uma região ultraperiférica

Mas, convenhamos, sobre o que queremos que seja o nosso futuro comum, não seria tarefa homérica trazermos alguns milagres ao nosso desenvolvimento regional, agrade ou não a Lisboa e àqueles que, daí ou de outros “berços de ouro” do Desenvolvimento, apenas querem o Algarve como seu paraíso de férias, como se aqui não houvesse gente que lhes merecesse outra consideração a não ser como seus potenciais empregados hoteleiros.

Á míngua de melhor entendimento, do Estado e de muitos “nortenhos”, convém aos algarvios que se unam à volta de um projecto regional comum, reconhecível e politicamente aceitável para o resto do País, e que por ele lutem com unidade, trabalho e disciplina.

Então, e só então terá sentido a Região do Algarve, política e não apenas sociológica. Até lá, insista-se na marca “Algarve”, quanto mais não seja como uma profecia que se cumpre a si mesma: de tanto a propalar, acabará por tornar-se realidade).

Por mim, algarvio de adopção que, daqui, já só quer ir p´rá cova – se possível, daqui a muitos anos, e terão que ser os gatos-pingados a desinquietar-me – irei insistindo.

NOTA: Os comentários de Francisco Paulino são emitidos todas as sextas-feiras, às 7 horas, com repetição às 13 e às 19 horas.

quarta-feira, setembro 27, 2006

O Algarve e as comemorações do Dia Mundial do Turismo


por Fernando Reis (professor e director do Jornal do Algarve)

Portugal foi escolhido, este ano, pela primeira vez, pela Organização Mundial do Turismo, como palco oficial das comemorações do Dia Mundial do Turismo (25 de Outubro). Na base desta escolha terá estado, seguramente, o facto de o nosso país ser cada vez mais reconhecido, internacionalmente, como um destino turístico de qualidade. E sem dúvida que, para essa projecção além-fronteiras, muito tem contribuído o Algarve que é, inegavelmente, a principal região turística do país.

Mas, ao invés das nossas expectativas e do que seria normal, o Algarve acabou por ficar completamente fora do programa das comemorações, tendo o presidente da RTA, em sinal de protesto, declinado o convite para estar presente nos actos oficiais. Como nos custa a acreditar que esta exclusão do Algarve tenha obedecido a uma estratégia político-partidária no âmbito das velhas "guerras" pela liderança da RTA, podemos concluir que na génese desta discriminação está, simplesmente, a atitude despudoradamente sobranceira e centralizadora com que os governantes continuam a olhar, desde Lisboa, para o resto do país, como se tudo tivesse que acontecer na capital, porque o resto é paisagem. Até mesmo um secretário de Estado insular, como é o caso do actual detentor da pasta do Turismo, tem a mesma visão egocêntrica do país.

Como, aliás, acontece, também, entre uma certa intelectualidade da nossa praça e alguns colunistas, que olham para o Algarve como se fossemos todos umas "aves raras" e a região só tivesse defeitos, que são, curiosamente, os mesmos que não os afastam daqui, quando eles próprios cá se instalam, em cada Verão, em gozo de férias. O grande problema do Algarve é que lhe falta capacidade de afirmação perante Lisboa e o poder central, não se conseguindo assumir, como um todo, na hora de bater o pé. Muito por culpa da divisão política e de uma certa mentalidade avessa às causas comuns, em que cada um gosta mais de olhar para o seu próprio umbigo.

A discriminação do Algarve é feita com total à-vontade e completa impunidade porque os governantes sabem que, na hora do voto, o povo não costuma penalizá-los por tamanha desfaçatez. É neste contexto que se tem que analisar a exclusão do Algarve do programa das comemorações do Dia Mundial do Turismo. O Algarve ficou de fora porque tem, cada vez menos, peso político e vamo-nos conformando. Com Guterres tivemos um algarvio na pasta do Turismo, com Santana Lopes, Faro teve honras de receber a secretaria de Estado de Turismo, agora com Bernardo Trindade nem uma pequena visita da ilustre comitiva da OMT, como aconteceu a Évora, merecemos, nós que geramos, anualmente, com o turismo, muitos milhões de euros para Orçamento de Estado. Mais palavras para quê!

NOTA: Os comentários de Fernando Reis são emitidos todas as quartas-feiras, às 9 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.

terça-feira, setembro 26, 2006

Crónica 13

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)

Os deputados são os políticos em que os portugueses menos confiam. Sondagens recentes demonstram à sociedade esta realidade que, no fundo, já todos sabíamos.

É natural que assim seja. Neste sistema politico-eleitoral, os eleitores não conhecem os deputados... De resto, nem votam neles, votam no partido que os apresenta. E, portanto e obviamente, ninguém confia em alguém que nem conhece. Ou seja, somos representados por gente que não conhecemos e em quem não confiamos. Tudo normal...

O que já não me parece normal é que os senhores deputados continuem a tomar-se a sério e que não queiram mudar deste sistema eleitoral para uma coisa séria...

Mas se, praticamente, ninguém confia nos deputados, muito pouca gente confia nos presidentes de câmara... Pouco mais de 10 por cento. Os portugueses, que a estes conhecem bem, lá sabem porquê...

Mas então em que confiam os Portugueses? Já vimos que não acreditam nos deputados e muito poucos confiam nos presidentes da Câmara... Então quem lhes merece confiança? A que mãos aceitam entregar-se?

É o presidente da república que é a sua referência... Não concretamente o actual... Mas o presidente da república é que é o cargo político em que os Portugueses acreditam e em que depositam confiança. Em segundo lugar, é no Presidente da Junta de Freguesia, que os Portugueses confiam.

Muito longe, muito mesmo, e apenas em terceiro lugar surge o cargo de primeiro-ministro... E isto parece-me esclarecer, definitivamente, a personalidade política presidencialista dos Portugueses... E esclarecer também as dificuldades intransponíveis com que os regimes parlamentares de uma dominância partidária sem rosto sempre se defrontaram e onde sempre foram derrotados...

Irracionalidades da política... Que nos custam muito caro.

E, por falar do que nos sai caro, nos últimos dias, apareceram por aí números assustadores. Ele é a nova versão das "finanças locais" que retira, em média, mais de um milhão de euros a cada Câmara do Algarve... Ele é a Câmara de Faro que está proíbida de se endividar mais ( pobre do José Apolinário a pagar as dívidas do José Vitorino...). Ele é 60% dos impostos que vão directos para pagar os salários dos funcionários públicos... que custam por ano 22 mil milhões!

Sabido tudo isto, quem se pode admirar que a nossa dívida externa atinga 69 (curioso número, diria o Mota Amaral), 69% do nosso PIB...? E que, portanto, cada português deva já mais de 10 mil euros ao estrangeiro... Quer dizer, não há dinheiro, nem meios de o gerar e sobram dívidas... Deixem-me dizer-vos um segredo: por dinheiro nenhum, eu queria estar no lugar de José Sócrates... Que deus o proteja!

NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Agricultura e desligamento

por Carlos Lopes (advogado, benfiquista e animador cultural)

Já toda a gente sabe que ninguém está interessado na agricultura. A União Europeia, o Governo e muitos agricultores. A agricultura tradicional já deu o que tinha a dar. António Campos, ex eurodeputado, num esclarecedor livrinho, vem pôr o dedo da ferida e alertar para a situação. Meia dúzia de agricultores portugueses recebem a maioria dos subsídios, o dinheiro que se gasta nada tem a ver com a possível produção.

Tive uma experiência engraçada. Um dia fui procurado por um cliente amigo, alarmado, que não sabia o que fazer. Tinha detectado que um terreno seu tinha sido incluído por um outro agricultor numa área candidata a um subsídio. Ora em tal terreno nunca tinha havido qualquer tipo de sementeira de trigo feita por esse agricultor, tal terreno era desse meu cliente e nunca tinha sido semeado. Pensando que se tratava de uma burla para obtenção de subsídios e que o seu nome podia vir a estar envolvido, pediu-me para o acompanhar a Lisboa, onde fomos ao organismo responsável pela atribuição dos subsídios e o seu controlo. Aí e na minha presença, lá o meu cliente foi explicando, gaguejando, o que tinha descoberto, que tal comportamento não tinha qualquer tipo de apoio nem mereceu qualquer tipo de autorização da sua parte e que era alheio àquela burla. O técnico que nos atendeu ouviu atentamente e, no final, descansou o meu cliente. Disse ele que eram feitas fiscalizações, por amostragem e via aérea, dos terrenos candidatos a subsídios para a sementeira de trigo. Desde que na tal amostragem aleatória se visse que o trigo tinha sido semeado, tudo bem. Não interessava se o trigo havia crescido ou dado frutos. O subsídio estava garantido.

Naquele caso, a fotografia aérea não tinha sido feita àquele terreno, pelo que o candidato se tinha “safado”. Mas ao departamento era-lhe indiferente, mesmo que se tivesse feito a fiscalização, que o trigo estivesse em condições ou que se tivesse soltado lá uma manada de vacas ou uma vara de porcos. Desde que tivesse sido semeado, tudo bem.

A esta política se designa desligamento. Ao agricultor deve ser possibilidade de atingir um rendimento que havia obtido antes, quer produza quer não. Por isso, a minha afirmação inicial. Ninguém se interessa pela agricultura.


NOTA: Os comentários de Carlos Lopes são emitidos todas as segundas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Religião e Razão caminham lado a lado

por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

O Papa Bento XVI, aquando da sua visita pastoral à Alemanha proferiu um discurso numa Universidade de Rogensburgo do qual, a comunicação social fez eco de alguns trechos.

A informação foi selectiva e fora do contexto, contribuindo assim para que muitos lideres islâmicos reagissem mal, exigindo do Santo Padre, um imediato pedido de desculpas.

Compreende-se que a imprensa não possa transcrever o discurso na totalidade, mas tal facto não pode eliminar a importância do Papa no diálogo entre culturas, conciliando fé e razão.

Bento XVI continua a negar que tenha querido ofender o Islão.

Manifestou nos últimos dias o ”seu profundo respeito pelas grandes religiões e em particular pelos muçulmanos” e lamentou que as suas palavras tenham sido “infelizmente mal interpretadas”.

A sua intenção era explicar que não devem coexistir, religião e violência, mas que religião e razão, caminham lado a lado.

Resta agora um diálogo positivo que é necessário aprofundar.

Unamos também nós esforços para uma convivência pacífica e tranquila, evitando envenenar relacionamentos e destruir a confiança.

NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

quinta-feira, setembro 21, 2006

E as pessoas?

por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)

O Governo de José Sócrates entrou na via da economia de mercearia, esqueceu Guterres, que colocava as pessoas em primeiro lugar, esqueceu a filosofia do socialismo e está preocupado em agradar a Bruxelas com um défice de 4,6 ou 3 vírgula qualquer coisa ou 5, esquecendo que a França e a Alemanha se estão nas tintas para tais preceitos.

Portugal tem um verdadeiro défice – o de esquecer que existem pessoas. Porque razão há a tendência de sacrificar as pessoas, acabando com as maternidades, querendo aplicar-lhes taxas moderadoras, fechando escolas e tudo o mais que se possa imaginar e onde haja, de preferência, pessoas?

Porque razão não se levam as crianças do litoral para as escolas do interior? Haverá, certamente locais com condições para dar aulas e os alunos do litoral talvez gostassem de conhecer o interior, de conviver com novas realidades. Quem sabe se tal medida não permitiria o repovoamento daquelas terras?

O despovoamento do interior faz-se lentamente. Não é só pelo facto de se retirar duas ou três crianças para o litoral, fechando uma escola, que isso acontece. No futuro, os pais querem estar mais próximos dos filhos e na primeira oportunidade aí vão eles de abalada.

Este Governo não é sensível às pessoas, apenas está preocupado com o défice, mas faz asneiras, como as festas do PortugalSummer, de jantares pagos por ministros e muitos outras coisas.

Há que ter coragem de nos assumirmos como país pobre, na cauda da Europa e que deve lutar, com os seus meios, para ganhar estatuto. Nem tudo o que vem da Europa nos serve!


NOTA: Os comentários de Hélder Nunes são emitidos todas as quintas-feiras, às 9 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Há arquitectos no Algarve

por Marta Sena (presidente da delegação da Ordem dos Arquitectos no Algarve)

Olá a todos, chamo-me Marta Sena e sou presidente da Delegação da Ordem dos Arquitectos no Algarve que faz, no próximo dia 24, seis meses.

O objectivo da Delegação da Ordem dos Arquitectos é trazer para o Algarve uma rotina cultural de arquitectura, porque acreditamos que no dia, em que no Algarve houverem conferências e exposições periódicas, que promovam ou incrementem a arquitectura algarvia; no dia em que os arquitectos do Algarve também possam usufruir das acções de formações contínua que são uma mais-valia para a sua actividade; no dia em que no Algarve houver um centro de documentação especializado, indispensável para a prática e investigação da arquitectura; no dia as autarquias promovam os concursos públicos de arquitectura e, que nas suas visitas turísticas ao concelho, integrem as obras contemporânea de qualidade; no dia em que houverem ciclos de cinema e arquitectura e ciclos de musica e arquitectura que são pretextos para unir os arquitectos e a população; no dia em que a população for mais sensível á importância que a qualidade dos espaços, que percorrem diariamente e habitam, tem na sua própria qualidade de vida; no dia em que estas coisas acontecerem, e se virmos bem, são coisas tão fáceis e tão simples, porque existe vontade e receptividade da sociedade, porque há interesse por parte das autarquias e outras entidades regionais e locais, porque existe expectativa por parte dos arquitectos e porque o Algarve está pronto para levar este projecto avante. Nesse dia, inevitavelmente a qualidade arquitectónica e urbana do Algarve, que é tão criticada, vai melhorar, pelo menos por duas razões: a vergonha e o orgulho.

Pela vergonha, porque no dia em que houver esta rotina cultural e a arquitectura estiver mais exposta haverá certamente a inibição de construir uma obra menos dignificadora para este território.

Pelo orgulho, porque ao mostrar o que se faz bem está-se a promover e a premiar o bom trabalho. Penso que os arquitectos do Algarve irão ter muito mais orgulho na sua profissão quando esta máquina começar a funcionar. E, também ao nível dos promotores; dos presidentes de câmaras; dos grandes ou pequenos investidores, a estes principalmente esta rotina vai trazer a oportunidade de cultivar o gosto pela arquitectura, de enriquecer o seu leque de referências e, logo, avaliar melhor as soluções que promovem.

Para Algarve e para o país, importa que este projecto seja implementado, crie raízes e dê frutos.

Metade da nossa missão está concluída, isto é, a partir de dentro, analisámos e apontamos soluções úteis e viáveis para o posicionamento da Ordem dos Arquitectos neste território específico.

É este o Plano de Acção da Delegação do Algarve, que está sintetizado num documento que pode ser consultado a partir das próximas 4ªs e 5ºs –feiras, na nossa sede, no Pé-da-Cruz, em Faro.

A outra metade da nossa missão é a execução deste projecto, de que irei falar oportunamente...


NOTA: Os comentários de Marta Sena são emitidos todas as quartas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

Marcha pelo Emprego

por José Manuel do Carmo (professor da Universidade do Algarve e membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda)

Há muitas maneiras de passar o fim-de-semana. Eu, no passado fim-de-semana participei na parte final da Marcha pelo Emprego promovida pelo Bloco de Esquerda num desfile com centenas de pessoas entre a Amadora e Lisboa a que se juntou a coluna vinda da Margem Sul do Tejo e que terminou na Estufa-Fria, completamente lotada por mais de oitocentos participantes.

Afinal, o que levou mais de um milhar de pessoas numa iniciativa inédita em Portugal a percorrerem, ao longo de 17 dias, 300 quilómetros e muitas outras a participarem em 50 sessões públicas, nas principais cidades e vilas do litoral, onde se concentra a população… e o desemprego?

A Marcha promovida pelo Bloco de Esquerda colocou no centro das atenções o problema do desemprego, da precariedade do trabalho e da pobreza, como questões fundamentais da nossa sociedade. Os desempregados oficiais são cerca de 500 mil, meio milhão, mas este número não é verdadeiro. O Governo recusa-se a divulgar quantos são verdadeiramente os desempregados em Portugal.

Os empresários do “Compromisso Portugal”, o grupo que esteve na base da candidatura de Cavaco Silva a presidente, são parte dos responsáveis pelos 200 mil despedimentos nos últimos anos em Portugal. Eles têm grandes ideias para o País, mas nas suas empresas há 80 por cento de trabalhadores com contratos a prazo! . Também o governo Sócrates é o “patrão” que mais despede em Portugal com os cerca de 80 mil trabalhadores da função pública colocados no quadro de excedentários, a liquidação da Gestnave e a venda da Portugal Telecom (PT) , que implicará o despedimento de três mil trabalhadores e a compra do BPI pelo BCP, que implicou quatro mil despedimentos.

A informação que diariamente nos entra pelos olhos e ouvidos descreve um país que não é este. Deixemo-nos de futebóis! O desemprego é a miséria para muitos milhares de portugueses e contra ela é preciso lutar.


NOTA: Os comentários de José Manuel do Carmo são emitidos todas as quartas-feiras, às 7 horas, com repetição às 13 e às 19 horas.

segunda-feira, setembro 18, 2006

18 de Setembro de 1970

por Carlos Lopes (advogado, benfiquista e animador cultural)

Faz 37 anos o partido a que pertenci. O MRPP. O partido a que pertenci e que nunca reneguei, nem renego.

Em 1993, um cristão-novo do PS (anterior militante do PCP), de dedo em riste, na presença do Dr. Vera Jardim, posterior Ministro da Justiça, perguntou, “Oh colega, vc não era do MRPP?” Lá tive que dizer ao oportunista laivoso que não tinha sido do MRPP, sou do MRPP. É óbvio que a referida animália mentecapta no seu frenesim de saltitar diante do seu confrade de novíssima escolha, regozijava de satisfação sem se importar do ridículo em que caíra.

Ser do MRPP ou ter sido, (não milito nem pago quotas) é das únicas coisas que me orgulho de ter feito na minha vida, no campo político. Fui com grande entrega e alegria, orgulho e satisfação. Não renego o meu passado e penso que continuamos com razão, apesar dos tempos. Que querem fazer? Sou assim e não me arrependo. Hei-de voltar ao tema.


NOTA: Os comentários de Carlos Lopes são emitidos todas as segundas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

terça-feira, setembro 12, 2006

Estamos de volta


A rubrica 1001 Olhares regressa no próximo dia 18 de Setembro, com a nova grelha 2006 / 2007 da Gilão FM...

Com algumas novidades e duas vozes novas que vão reflectir sobre Tavira, o Algarve e todo este... Mundo. Quanto às novidades, preparem-se para a edição compacta com as quinze intervenções da semana, aos sábados e domingos após o Jornal do Meio-Dia, que também poderá ser disponibilizada a outras rádios locais, de forma a assegurar a cobertura integral da região do Algarve.

A Rádio Gilão de Tavira dirige-se a um auditório potencial de meio milhão de ouvintes no Algarve, Baixo Alentejo e Andaluzia Ocidental, através das frequências 94,8 e 98,4 MHz, distinguindo-se pela sua cobertura emblemática de provas desportivas, pela aposta permanente na formação dos seus quadros e pela integração progressiva de novos valores.

Ao longo destas duas décadas de serviço público, procurámos defender e divulgar os valores e a cultura do concelho de Tavira e da região do Algarve. Hoje, pretendemos reforçar a nossa posição no Sotavento Algarvio, agradecendo a vossa atenção e disponibilidade para concretizarmos este objectivo!

PS - Mais novidades por aqui nos próximos dias. Fiquem atentos!