sábado, dezembro 22, 2007

Votos de BOAS FESTAS!



Os cooperantes e colaboradores da RÁDIO GILÃO TAVIRA, CRL apresentam-lhe os melhores votos de BOAS FESTAS e de PRÓSPERO ANO DE 2008. Agradecemos-lhe o privilégio da sua companhia diária e o apoio concedido ao longo do corrente ano. Aceite igualmente o nosso CONVITE para escutar as novidades que estamos a preparar para os primeiros dias de 2008!

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Região inovadora

por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)

O Tratado de Lisboa reforça o papel das regiões, conferindo ao Comité das Regiões um papel mais interventor, sublinhando, inclusive, o princípio da subsidiariedade que deve existir a nível regional. Portugal, lentamente, vai adaptando o aparelho desconcentrado do Estado às cinco regiões plano – Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve – o que é um passo positivo.

A União Europeia procura aprofundar esta temática, como factor de coesão económica e social. Não se conhece um único movimento de protesto contra a regionalização.

A União Europeia pretende que as regiões se tornem inovadoras e contribuam para mudanças económicas. Impõe-se, portanto, que a região do Algarve se enquadre dentro das vertentes que apontam para a sua auto-sustentabilidade.

Dentro dos trinta temas prioritários, definidos para as regiões e a mudança económica, há que transportá-los para a realidade algarvia, procurando nos fundos de coesão, se ainda formos a tempo de alcançar mais algumas verbas, meios que possibilitem a abertura de estratégias que possam dinamizar o Algarve, não como uma região periférica dedicada exclusivamente ao turismo, mas onde ainda é possível dinamizar actividades como a agricultura, pescas, domínios tecnológicos, científicos e de alta tecnologia, entre outros, ajudando, ao mesmo tempo, a reestruturar e activar as chamadas indústrias tradicionais.

Era importante que as autarquias, através da AMAL, conjuntamente com a Universidade, associações empresariais, institutos de ensino, organismos desconcentrados e outras entidades, definissem uma agenda de modernização para o Algarve.

Uma agenda que impusesse conceitos básicos que passam pela melhoria da qualidade do ar, da água, da reciclagem, para se entrar, depois, nas políticas de saúde, na matéria de transportes urbanos, onde se pode falar de linhas inter-urbanas que sirvam três ou mais concelhos, como forma de rentabilização dos custos e da melhoria na mobilidade dos cidadãos.

Uma agenda que passasse também pelos projectos comuns a comunidades vizinhas, na aplicação das energias renováveis, com a obrigatoriedade das unidades hoteleiras adaptarem a energia solar às suas estruturas ou tirando proveito, por exemplo, das palas do Estádio Algarve, instalando painéis solares a produzir energia para aquela infra-estrutura, para o futuro hospital e laboratório.

Outra das medidas na agenda seria a promoção do empreendedorismo, com a definição clara em termos territoriais de onde devem ser instaladas as empresas, sem entrarmos na concorrência das capelinhas, sob pena de se transformar uma estratégia regional num rotundo fracasso.

Há que criar laços de subsidiariedade com este tipo de políticas, que passam pela AMAL, com os municípios, depois da aprovação da agenda de modernização do Algarve, a se comprometerem na solidariedade para com outros municípios mais carecidos.

Integrar a juventude marginalizada proporcionando oportunidades de emprego, que podem passar por um programa de revitalização da agricultura, onde a figueira, a alfarrobeira e a oliveira devem ser pomares a dinamizar, com o emparcelamento dos terrenos, cujos muros de pedras devem ser banidos e sinalizados com marcos, para possibilitar o aparecimento de extensões rentáveis.

O associativismo pode e deve ser um caminho, entre os donos dos terrenos e quem os deseje cultivar. O abandono das terras, fruto da vinda dos filhos dos agricultores para as cidades, deve ser abolido.
O conceito de região inovadora deve prevalecer.

A nossa localização, apesar de periférica, tem algumas vantagens, como a climática, a segurança, a existência de alguma paz urbana, factores que nos colocam na frente de muitas outras regiões. Há que potencializar estas condições.

Instituir uma política regional com base numa agenda de modernização do Algarve seria a pedrada no charco.

As entidades públicas algarvias têm o dever e a obrigação de inovarem em conjunto, para o futuro da região, consolidando nichos de empresas, desenvolvendo serviços de infra-estruturas e de apoio à inovação, montando engenharias financeiras, desenvolvendo pólos de excelência, comercializando resultados da investigação universitária e não só, fomentando planos transregionais...

O Algarve deve estimular o estatuto de região líder e da inovação política, económica e social.

NOTA: Os comentários de Hélder Nunes são emitidos todas as quintas-feiras, às 8,30 horas, com repetição às 13 e às 19 horas.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Erickson fugiu do Algarve... Para Espanha!

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)

Mais um que foi para Espanha.
Já não o primeiro, mas seria muito bom que fosse o último.

Nem a chancela de Projectos de Interesse Nacional, criada por José Sócrates para evitar estas situações, nos salva. A Burrocracia e outros empatas conseguem estragar tudo.

Erickson tinha para o Algarve, para Lagos, mais concretamente, um projecto de grande qualidade e que fugia à ditadura do sol e praia e, por isso, garantia uma ocupação todo o anos. Um projecto virado para a área desportiva que reforçava a integração do Algarve num segmento turístico de qualidade e grande poder de compra.

O investimento de 50 milhões de euros que o ex-treinador do Benfica trazia iria criar 350 postos de trabalho, três hotéis com cerca de 2.000 camas, um spa, campo de golfe e um mini-estádio com capacidade para 8.000 espectadores. E uma escola de futebol.

Claro, apareceram os obstáculos do costume, Erickson esperou três anos e fartou-se. Foi-se embora. O projecto fugiu para Espanha. Por cá, por este nosso Algarve, vai continuar a acontecer o habitual: só os patos bravos conseguem fazer as suas construções horrorosas e sem qualidade.

Parece-me que quanto mais os autarcas e outros responsáveis ou irresponsáveis falam de requalificar o Algarve quanto mais mal tratam os investidores… Erickson não quis ficar à espera anos sem fim e acabar na falência e no suicídio como outros e por isso mandou tudo ter juízo, pegou no projecto e no dinheiro e foi-se embora para onde o tratam como deve ser tratado um investidor.

Assim, meus amigos, nunca mais saímos da cepa torta…

NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 9,30 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Dia Internacional do Voluntariado


por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

Nos dias que correm, onde tudo se compra e vende, é salutar o testemunho de quem, por amor, olha o próximo numa perspectiva evangélica: “Precisei de ti e não me virastes as costas”.

Esta voz chama actualmente, novos e menos novos, a dedicarem-se aos outros.

Foi com interesse que assisti à apresentação do Projecto “Solidus”, do Corpo Nacional de Escutas, agrupamento de S. Luís – Faro.

Trata-se de uma ferramenta interactiva, onde voluntários, encontram toda a informação necessária, de forma a apoiar cidadãos em dificuldade ou instituições que necessitem de recursos humanos qualificados, em áreas ainda não cobertas pelos seus quadros de pessoal.

www.solidus.pt é o endereço do site que permite a inscrição dos voluntários, das instituições e de todos aqueles que necessitem de apoio. Convido ao auditório a efectuar uma visita.

A propósito do voluntariado, deixai que vos dirija mais algumas palavras:

O Voluntariado é uma contrapartida ao egoísmo!

Voluntário é o que corresponde ao apelo e à urgência de uma missão: diz-se pronto, capas, disposto a agir em beneficio de um outro cidadão ou comunidade, respeitando as regras de um estatuto, as linhas mestras de um compromisso.

Sendo o voluntariado, uma contrapartida ao egoísmo, tem razão o apelo de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Levai ao extremo do amor as exigências do verbo dar, lembrando mais uma vez, Jesus Cristo: “Tudo o que fizerdes ao mais pequeno, é a mim que fazeis”.

Aqui está a base de toda a generosidade.

Decida-se também você a ser SOLIDÁRIO!

NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 9,30 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Outra vez o anti-regionalista!

por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)

No regime democrático, é normal existirem correntes pró e contra. É o caso dos regionalistas e dos anti-regionalistas. Não é por acaso que a nossa Constituição prevê a instalação das regiões administrativas. Muito antes de Portugal colocar a regionalização no texto constitucional já esta estava desenvolvida noutros países.

Os primeiros vinte países da Europa optaram por criar modelos de descentralização, regionalização ou federação. Do que se trata, na realidade, é de mudar o modelo administrativo.

O actual modelo português visa, tão só, cimentar o centralismo, que tem na sua génese a defesa dos interesses pessoais, de grupos e grupelhos instalados na capital.

Os profissionais da democracia musculada dedicam-se, essencialmente, a procurar bons empregos, benesses, avenças encapuzadas e outras formas de se auto-governarem.

Quem detém o poder não o quer partilhar. É uma questão de cultura e os portugueses, muito por causa do regime ditatorial e pidesco vivido antes do 25 de Abril, perderam hábitos de associativismo e de partilha. São egocêntricos.

Há, ainda, no Portugal democrático, um conjunto de inquisidores, que se julgam donos da verdade, só porque moram numa urbe que se intitula capital do reino, de onde mandam uns palpites para as almas penadas, como apelidou Miguel Sousa Tavares, no «Expresso», os defensores da regionalização.

Este escriba, resolveu, mais uma vez, falar contra a regionalização, como se as maleitas deste país tivessem a sua origem nas apelidadas regiões.

Diz ele, que há interesses escondidos à espera da regionalização, e que os eleitos a nível regional vão utilizar o dinheiro público actuando como caciques locais, comparando as regiões autónomas, com capacidade legislativa, às regiões administrativas, que não possuem tal capacidade.

Seria bom que Miguel Sousa Tavares, na sua eloquência anti-regionalista, se detivesse sobre os caciques do poder central. O Algarve, por exemplo, nos dois últimos anos perdeu muitas das repartições descentralizadas a favor de Lisboa.

As almas penadas dos algarvios lá terão que ir em peregrinação ao Terreiro do Paço, a Évora e a outros locais, porque não podem resolver os seus problemas na sua região. Das cabeças iluminadas dos caciques do poder central saem coisas de bradar aos céus.

Para o Algarve, mandaram uma série de projectos ditos de interesse nacional que, iremos ver num futuro próximo, se não contribuirão para destabilizar o ordenamento do Litoral.

Daqui a uns anos, quando o poder estiver regionalizado, lá terão os responsáveis, a exemplo do que se está a fazer na Andaluzia, que mandar derrubar muito do que foi construído, para tornar o Algarve ambientalmente mais sustentável.

Muito do que se está a fazer por este Portugal fora já não tem a intervenção do poder local, mas dos ministérios centrais, que até mandam suspender os Planos Directores Municipais, para implantar mais um hotel. Este tipo de actuação, não se enquadra nas linhas puras do caciquismo?

Considera Miguel Sousa Tavares, do seu pedestal, que os regionalistas estão a preparar um «golpe», porque pretendem que a obrigatoriedade do referendo seja retirada da Constituição, para que se possam criar as regiões administrativas.

Há razão para que assim seja, porque, em abono da verdade, o que se pretende é modernizar o país e a sua administração, descentralizando, aproximando-a dos cidadãos e não obrigando toda a gente a correr para Lisboa.

Ou será que Miguel Sousa Tavares acha que todos os portugueses têm os mesmos direitos e deveres políticos, já para não falar noutros? Não esqueça que, para se candidatar a deputado, só o pode fazer incorporado na lista de um partido.

É esta a democracia que temos, musculada e corporativa. A regionalização não se faz porque os políticos carreiristas não querem perder poder, pretendem controlar, mexer os cordelinhos de acordo com as cores políticas e não no interesse das populações. Basta olhar para as assimetrias existentes no país.

Mais importante do que a eleição dos representantes para exercerem o poder regional, é sabermos que os eleitos estão imbuídos de uma visão regional, mais próxima dos cidadãos. O seu trabalho será de dinamização das suas regiões. O poder local tem dado bons exemplos. A excepção não pode fazer a regra.

A União Europeia criou o Comité das Regiões com o objectivo de reforçar a coesão económica e social entre os Estados.

No preâmbulo do Tratado da União Europeia, afirma-se que «o processo de criação de uma união cada vez mais estreita entre os povos da Europa, em que as decisões sejam tomadas ao nível mais próximo dos cidadãos, de acordo com o princípio da subsidiariedade», é alcançado com a institucionalização do Comité das Regiões. Para um bom entendedor, meia palavra basta.

NOTA: Os comentários de Hélder Nunes são emitidos todas as quintas-feiras, às 8,30 horas, com repetição às 13 e às 19 horas.

terça-feira, dezembro 04, 2007

GUADIANA PRECISA DE FUTURO

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)

Rio com história e muitas estórias e a precisar de futuro, o Guadiana foi, desde há vários milhares de anos, uma das artérias fundamentais das trocas comerciais e culturais não só deste território que é Portugal mas de toda a Península. Nas suas margens nasceram há milénios, prósperas cidades – Castro Marim, Alcoutim, Mértola e outras, entretanto desaparecidas, como Konistorgis - que tiveram vida cultural e económica bem animada, tiveram capacidades militares, tiveram projecção política e até chegaram a cunhar moeda.

No século XX ainda, o Guadiana era a grande auto-estrada para quem fazia percursos do Pomarão até Vila Real de Santo António. Gentes e mercadorias transitavam para cima e para baixo pelo Guadiana. Depois, em meados do século XX, veio o domínio da estrada e dos carros e o pobre do Guadiana foi esquecido e abandonado. Entrou em depressão económica e social. Séries sucessivas de presidentes de câmara têm olhado para ele mas não vêem nada… Ou apenas vêem um sítio para dar uns mergulhos e umas braçadas.

Há uns anos, porém, o Guadiana foi redescoberto e valorizado para uma certa actividade económica. E começou uma época em que se os dias parecem calmos, as noites são muito agitadas… Tráficos de toda a ordem, incluindo o tráfico de armas, fizeram das noites do Guadiana uma animação. E nas suas margens até umas colombianas vieram residir… Porque se há muitos tráficos, a verdade é que a droga é ali rainha.

E já chegámos a um ponto em que lanchas aparecem e lanchas desaparecem… até de instalações confiadas às autoridades. Em suma, a coisa tornou-se um farrabadó!

É mais que tempo da polícia fazer o seu trabalho. E é mais que tempo dos senhores presidentes de câmara verem no Guadiana uma oportunidade soberana de desenvolvimento económico. Se não souberem como, eu sugiro que a Rádio Gilão organize umas conferências e seminários sobre o assunto… Há-de aparecer alguém para explicar o que fazer e como fazer.

Triste é isto de os traficantes terem descoberto o que os autarcas não viram… E esta situação, meus senhores, não pode durar!

NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 9,30 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.