quinta-feira, junho 05, 2008

Futuro do PSD

por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)

Com a eleição de Manuela Ferreira Leite para a presidência do PSD pode concluir-se que, politicamente, esta não é uma mais valia para Mendes Bota e para o PSD Algarve. O líder dos sociais democratas algarvios apoiou Pedro Santana Lopes e conseguiu que o aparelho do partido funcionasse a seu favor em muitas concelhias, mas começaram a aparecer divergências e um conjunto de militantes a demarcar-se das atitudes políticas de Mendes Bota. A linha política de Ferreira Leite é reconhecida por todos os analistas com regresso ao cavaquismo, tendo Mendes Bota entrado em ruptura com cavaco silva ao ponto de ter abandonado a política durante 9 anos.

Hoje, vai voltar a encontrar pela frente os seus opositores que tudo farão para o marginalizar. A nível nacional a intervenção de Mendes Bota não esta facilitada. A nível regional volta a haver a ascensão de Isabel Soares e Macário Correia, tudo apontando para que o presidente de Tavira venha a fazer parte da Comissão Política Nacional. Com 7 concelhias a não apoiarem a escolha do candidato, feita por Mendes Bota, coloca-se sempre a questão: como será o futuro dentro do partido, a nível regional?

Tudo irá depender das próximas eleições legislativas. Se o PSD vencer, os opositores de Ferreira Leite terão que arrumar as botas. No entanto, a leitura dos analistas aponta para que Manuela Ferreira Leite não seja a vencedora pela, sua postura muito próxima das políticas de José Sócrates. Retira-lhe a maioria, mas não alcança o poder. As lutas internas no PSD voltam a suceder-se porque, esse cenário era apontado e previsível, mas os barões da direita do partido, a quem são favoráveis as políticas de Sócrates ou Ferreira Leite, preferem arriscar com o objectivo de serem o poder e sentirem-se mais à vontade para manipularem as directrizes.

Manuela Ferreira Leite pode ter muitos atributos, mas à sua volta há gente ávida de poder e de se encaixar na máquina do Estado.