quarta-feira, maio 14, 2008

Maddie Mccann

por Ricardo Chega (correspondente da Lusa em Espanha)


Um ano após o desaparecimento da pequena Maddie Mccann, tudo continua igual. Há muitas incógnitas: os pais seguem carregando com o estatuto de arguidos e a PJ continua a investigar um caso que não ata nem desata. O caso Mccann é um autentico banho de agua fria. Para a credibilidade, os nossos sistemas policial e judicial e, também para a imagem de Portugal no exterior. Se não fossem os jornalistas, este caso já estaria no esquecimento. Sorte que a imprensa às vezes, desperta algumas consciências.

Mas é certo que a equipa de investigadores tocou muitas ocasiões e isso pode custar-lhes muito caro. Não sei, se precipitou-se ou não, o que sei é que no principio as coisas foram feitas de forma muito pouco correcta. Parece que os policias estavam mais interessados em publicar livros e passear pelos bastidores das televisões que, fazer o seu trabalho bem feito. Dá a impressão que ficaram iludidos com os holofotes da comunicação social. É certo que hoje em dia. É certo que hoje em dia há uma atenção especial em relação a tudo o que envolve crianças. À pouco, foi possível ver como o director do refugio Aboim Ascensão se indignava com a falta de integridade e responsabilidade de alguns pais, estrangeiros por certo e, também com alguma falta de cuidados da nossa justiça.

Enquanto as coisas não forem bem feitas e com alguma cautela e bom senso, tudo irá mal e não haverá grandes avanços. É preciso que os policias investiguem e que os jornalistas informem. Não se pode querer continuar a controlar o trabalho dos outros e deixar o nosso de lado. É preciso que Portugal se faça grande e que perante o mundo demonstre que as suas conclusões são as mais acertadas e, porquê? Porque houve cuidados e profissionalismo.
Caso contrário, vamos ser os últimos em termos económicos e também na credibilidade.