segunda-feira, abril 14, 2008

Uma União Europeia melhor

por Jamila Madeira (deputada do partido socialista)

A União Europeia é um espaço de Democracia, Liberdade, Tolerância e Direitos Humanos. Na sua génese está a constituição da paz e da prosperidade e, vir a trazer um futuro próspero aos seus cidadãos. Sempre, mas sempre se pautam todas as defesas do direito internacional e sempre se quiz a sua supremacia. Ainda assim, a UE não tem conseguido fazer ouvir com a veemência necessária, a sua voz no âmbito externo. Umas vezes, porque articula a mesma mensagem ou a sua mensagem de forma demasiado ténue, outras vezes por ser pouco autónoma nas suas posições, outras ainda por estar demasiado dividida e em sentido completamente antagónico.

Esta realidade foi originada pelo facto de estarmos sem instrumentos, ou seja, de só agora no tratado de Lisboa e também na anterior Constituição, a UE funcionar a uma só voz no âmbito da política externa e só agora, efectivamente, ser uma realidade. Assim, o concelho europeu, normalmente seguindo linhas que a diplomacia também conhece, fugia da realidade e dos cidadãos e mantinha uma perspectiva absolutamente altista.

Vários são os exemplos em que a UE ainda não marcou pela diferença. Falamos de Cuba, antes e depois de Fidel, da situação no Darfur, no conflito do Sahara, mesmo nas relações com a América Latina e com África. É pena, mais evidente que tudo, o conflito no Médio Oriente. Neste caso, em que o nosso aliado transatlântico enfrenta neste momento eleições e assumem todos os candidatos à presidência uma postura presentemente escorregadia e índubia contra a proposta do presidente, a UE deveria ser capaz de assumir a liderança deste processo, apoiando uma solução de paz que, naturalmente passa pelo diálogo e, obviamente, pelo diálogo entre todos os interlocutores sem excepção.

A realidade já nos demonstrou isso no território europeu com a solução encontrada para o conflito na Irlanda do Norte. É preciso de uma vez por todas assumir a liderança e dar apoio a quem quer ajudar. É preciso trabalhar para que os cidadãos europeus se empenhem num projecto global de paz e, não apenas numa visão particular e, de alguma forma, egoista.