sexta-feira, junho 01, 2007

Mudar de atitude perante o idoso


por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

A solidariedade é expressão da dimensão comunitária da sociedade, em que o bem comum prevalece sobre o interesse particular, de indivíduos, grupos ou minorias.

Neste Ano Europeu da Igualdade de Oportunidade para Todos, detenho-me uma vez mais na população idosa, apelando a uma oportuna mudança de atitude, valorizando a dignidade e as potencialidades dos anciãos.

Há muita gente com idade avançada que é amada e acarinhada e, por isso mesmo, se sente feliz e útil, não pelo trabalho que ainda realiza, mas por ser uma presença congregadora no meio dos seus e uma referência enriquecedora para as gerações dos mais novos, quando estes a sabem apreciar e agradecer. No património de uma família, os mais idosos representam uma parte importante e valiosa para aqueles que ainda não deixaram subverter os verdadeiros valores da vida.
Uma sociedade que não ama nem respeita os seus mais velhos é uma sociedade desumanizada, sem alma, sem futuro.

Nada do que nós desfrutamos chegou até nós por acaso. O que nos foi chegando e perdura é, frequentemente, mais fruto do trabalho, da dedicação, do amor, com muitos sacrifícios e lutas pelo meio, daqueles que nos precederam, que do nosso trabalho e engenho pessoal.

Saborear a alegria de viver, ainda que com as limitações que a idade impõe, não é possível sem se estar rodeado de um ambiente de amor e gratidão, de apreço e estima. Na recta final da vida, já muita coisa se dispensa, não porém o sentir-se amado e acarinhado.

As muitas iniciativas e soluções de apoio social que se vão multiplicando, não podem dispensar a família da dívida nunca paga, que é a do amor aos seus pais e avós. O mesmo acontece com os muitos e dedicados voluntários, fiéis à sua visita aos doentes e aos idosos mais sós da comunidade.

NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.