A beleza e a segurança da EN 397 já não é a mesma
por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)
O uso sábio dos bens da terra recusa um olhar materialista sobre a natureza.
Os interesses imediatos são muitas vezes destruidores.
A apropriação violenta dos recursos da terra chocam qualquer ser humano.
O comportamento inquietante dos responsáveis pelo abate de centenas de eucaliptos e pinheiros na estrada nacional 397, entre Cachopo e a Portela da Corcha (freguesia de Santa Maria de Tavira), revela uma visão redutora e artificial do ambiente.
Em vez de limpeza e manutenção, cometeu-se um “crime”. Selvaticamente abateram-se as árvores doentes e as sãs.
Depois de 23 km percorridos de abate, a empreitada encontra-se parada por imposição da autarquia. Tardiamente, mas parada!
E agora… enquanto o problema não se resolve, não se conhecem soluções.
Os restos de folhagem e pequenos troncos à beira da estrada e nas encostas, várias toneladas, são pasto que a qualquer momento se podem traduzir em catástrofe.
A beleza da estrada Cachopo-Tavira já não é a mesma. Está carente das árvores e metem medo os precipicios da serrania.
Exige-se rail’s de protecção, recolocação dos sinais de trânsito derrubados e outros que reforcem a segurança, bem como a colocação dos marcos da estrada no seu devido lugar.
Para a próxima oiçam a população. Na simplicidade os habitantes de Cachopo têm muito a aconselhar. Da experiência de vida dos mais idosos, aprende-se a usufruir dos bens da terra e a usá-los com sabedoria.
NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.