O Livro
por Carlos Lopes (advogado, benfiquista e animador cultural)
Em 23 de Abril de 1616 faleceram Cervantes, Shakespeare e o Inca Garcilaso de la Vega. A UNESCO instituiu tal dia como o Dia Mundial do Livro, vai fazer 11 anos. O Livro, passados tantos anos, ainda não foi destronado na sua função. Perdoem-me os cinéfilos, perdoem-me os apaixonados pelo Teatro, pelas Artes Plásticas, pela Música: a cultura livresca continua a ser, para mim, o meio por excelência de divulgação cultural. Poderemos conceder que os meios electrónicos, porque escritos, se aproximam dessa forma. Mas o cheiro de um livro, o folhear de um livro, o ler um livro, é uma sensação única e inigualável.
Neste ano (como todos os anos), gostaria que o gosto pela leitura crescesse, se desenvolvesse e o “não tenho tempo” ou “os livros estão caros” fosse esmorecendo. Desculpas de maus leitores. De um País, o nosso, sem hábitos de leitura e em que todos os pretextos são bons para não se ler. O ter um livro para ler e não o fazer, com dizia o Poeta, é bem para quem lê muito, não para um povo inculto e atrasado, como somos nós.
As bibliotecas municipais constituem um suporte físico muito importante para enraizar hábitos de leitura e investigação (coisa tão mal tratada nas nossas escolas, segundo me dizem e se vê). O Algarve tem, neste momento, algumas boas bibliotecas
[Portimão, Loulé, Faro e Tavira (são as que conheço)]
e, por isso, meios importantes para que se possam desenvolver programas de leitura e hábitos de leitura. Eu sei que combater os jogos de computador, as telenovelas e outros meios de divulgação e entretenimento não é fácil. Mas como sou um eterno romântico, estou em crer que ainda será possível (de resto, continuo a acreditar que a nossa “salvação” passa sempre e ainda por esse meio de divulgação cultural: o livro!).
As desculpas que atrás referi (e que constituem o argumento mais usado por quem não quer ler) encerram em si um sentimento de culpa. No fundo, temos consciência de que deveríamos ler e consideramos mau não o fazer. O que não deixa de ser engraçado. A leitura não deve provavelmente ser imposta, mas tem de se fazer algum esforço para que se adquiram hábitos de leitura. A princípio será difícil -- depois, mais fácil...
Na próxima semana falarei de alguns aspectos da leitura e da história do livro. Falarei da história de Daniel Penaque e de Daniel Manguel. Até lá, boas leituras e boa semana!
NOTA: Os comentários de Carlos Lopes são emitidos todas as segundas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.
Em 23 de Abril de 1616 faleceram Cervantes, Shakespeare e o Inca Garcilaso de la Vega. A UNESCO instituiu tal dia como o Dia Mundial do Livro, vai fazer 11 anos. O Livro, passados tantos anos, ainda não foi destronado na sua função. Perdoem-me os cinéfilos, perdoem-me os apaixonados pelo Teatro, pelas Artes Plásticas, pela Música: a cultura livresca continua a ser, para mim, o meio por excelência de divulgação cultural. Poderemos conceder que os meios electrónicos, porque escritos, se aproximam dessa forma. Mas o cheiro de um livro, o folhear de um livro, o ler um livro, é uma sensação única e inigualável.
Neste ano (como todos os anos), gostaria que o gosto pela leitura crescesse, se desenvolvesse e o “não tenho tempo” ou “os livros estão caros” fosse esmorecendo. Desculpas de maus leitores. De um País, o nosso, sem hábitos de leitura e em que todos os pretextos são bons para não se ler. O ter um livro para ler e não o fazer, com dizia o Poeta, é bem para quem lê muito, não para um povo inculto e atrasado, como somos nós.
As bibliotecas municipais constituem um suporte físico muito importante para enraizar hábitos de leitura e investigação (coisa tão mal tratada nas nossas escolas, segundo me dizem e se vê). O Algarve tem, neste momento, algumas boas bibliotecas
[Portimão, Loulé, Faro e Tavira (são as que conheço)]
e, por isso, meios importantes para que se possam desenvolver programas de leitura e hábitos de leitura. Eu sei que combater os jogos de computador, as telenovelas e outros meios de divulgação e entretenimento não é fácil. Mas como sou um eterno romântico, estou em crer que ainda será possível (de resto, continuo a acreditar que a nossa “salvação” passa sempre e ainda por esse meio de divulgação cultural: o livro!).
As desculpas que atrás referi (e que constituem o argumento mais usado por quem não quer ler) encerram em si um sentimento de culpa. No fundo, temos consciência de que deveríamos ler e consideramos mau não o fazer. O que não deixa de ser engraçado. A leitura não deve provavelmente ser imposta, mas tem de se fazer algum esforço para que se adquiram hábitos de leitura. A princípio será difícil -- depois, mais fácil...
Na próxima semana falarei de alguns aspectos da leitura e da história do livro. Falarei da história de Daniel Penaque e de Daniel Manguel. Até lá, boas leituras e boa semana!
NOTA: Os comentários de Carlos Lopes são emitidos todas as segundas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.