Banco Alimentar contra a Fome no Algarve
por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)
No dia 1 de Março, no auditório da Universidade, no Campus da Penha, em Faro, foi assinado entre a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares de Portugal e a Associação Pró-Partilha e Inserção do Algarve, o contrato que permitiu a criação do Banco Alimentar contra a Fome do Algarve.
No dia seguinte, li artigo no Correio da Manhã que dizia que dez mil famílias passam fome no Algarve – representando 35 mil pessoas, sete por cento da sua população.
Fiquei arrepiado. Confesso que não acredito nos números.
Acredito que existam dez mil famílias carenciadas, mas nunca esse volume de pessoas a passar fome.
As Instituições Particulares de Solidariedade Social e entidades congéneres como a Cáritas, as Conferências de S. Vicente de Paulo e Equipas de Voluntários, com o apoio do Estado, têm promovido os cidadãos algarvios, não ficando indiferentes às dificuldades dos mais vulneráveis, buscando a promoção de igualdade de oportunidades para todos. A opção pela solidariedade tem minorado as carências evitando a fome, em números que agora se relatam injustamente.
O Banco Alimentar contra a Fome é bem vindo ao Algarve. Estão de parabéns o Dr. Adriano Pimpão e a sua equipa.
Os Bancos Alimentares aproveitam o que sobra para distribuir onde falta. Recebe de empresas e particulares os seus excedentes e dádivas que depois são entregues às Instituições Particulares de Solidariedade Social, entidades que mais próximas dos cidadãos, nas diferentes freguesias, farão chegar aos mais vulneráveis e carenciados, o apoio alimentar necessário para evitar a fome.
As desigualdades sociais, ao ponto de provocar fome no Algarve, a existirem por incapacidade de lhes dar resposta, a todos deve envergonhar e a mudar estruturas e mentalidades, dando de comer a quem tem fome. Não esqueçamos que o Conselho Europeu determinou ser este o “Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos”.
NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.