sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Mensagem do Papa para a Quaresma 2007


por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

Bento XVI apelou aos católicos de todo o mundo que estejam atentos a todas "as feridas provocadas à dignidade do ser humano", empenhando-se em combater "qualquer forma de desprezo da vida e de exploração da pessoa e a aliviar os dramas da solidão e do abandono de tantas pessoas".

Na mensagem que escreveu para a Quaresma de 2007, que teve início no dia 21 de Fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas, o Papa desafia a "abrir o coração aos outros".

"A Quaresma seja para cada cristão uma experiência renovada do amor de Deus que nos foi dado em Cristo, amor que todos os dias devemos, por nossa vez, «dar novamente» ao próximo, sobretudo a quem mais sofre e é necessitado", aponta a mensagem.

O Papa regressa, neste texto para o tempo de preparação rumo à Páscoa, a várias das ideias que apresentou na sua encíclica "Deus caritas est". Partindo de uma passagem do Evangelho de João, "Hão-de olhar para Aquele que trespassaram" (Jo 19, 37), Bento XVI indica que "é no mistério da Cruz que se revela plenamente o poder incontível da misericórdia do Pai celeste".

"No caminho quaresmal, recordando o nosso Baptismo, somos exortados a sair de nós próprios e a abrir-nos, num abandono confiante, ao abraço misericordioso do Pai", refere.

O amor de Deus como "eros e agape" domina a primeira parte da mensagem, em que o Papa explica, mais uma vez, o alcance destas expressões: "A palavra agape, muitas vezes presente no Novo Testamento, indica o amor oblativo de quem procura exclusivamente o bem do próximo; a palavra eros denota, ao contrário, o amor de quem deseja possuir o que lhe falta e anseia pela união com o amado".

Bento XVI escreve que "o eros faz parte do próprio coração de Deus: o Omnipotente aguarda o «sim» das suas criaturas como um jovem esposo o da sua esposa".

Na Quaresma, diz o Papa, os católicos são chamados a dirigir "o nosso olhar com participação mais viva, neste tempo de penitência e de oração, para Cristo crucificado que, morrendo no Calvário, nos revelou plenamente o amor de Deus".

NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.