IDEIAS E AMBIÇÃO PARA O ALGARVE
por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)
Depois de termos perdido demasiado tempo sem uma orientação clara para o turismo no Algarve e até mesmo sem uma ideia do que podemos fazer com esse turismo, parece agora que – finalmente – se começa a ver alguma luz nesta matéria.
A economia do Algarve tem de se organizar à volta do turismo. Não é fazermos do turismo uma monocultura… É perceber que as várias actividades económicas – incluindo as mais tradicionais – têm de se organizar como um feixe à volta de um pólo – o turismo.
E temos de perceber que já não vivemos nos anos sessenta ou setenta, mas que vivemos num mundo globalizado onde a oferta da concorrência nos pode facilmente bater aos pontos… Basta que nos deixemos andar mais uns tempos distraídos.
É esta perspectiva que tem faltado e que agora parece começar a despontar. E em paralelo com a visão de que é mais do que necessário e urgente dar qualidade ao Algarve e ao seu turismo.
O Governo traçou, nestas matérias, metas claras… Vamos agora ver se as cumpre. A meta, por exemplo, de aumentar em 50% a oferta hoteleira de cinco estrelas no Algarve (até agora uma verdadeira miséria…) de marinas e de campos de golfe. Isto a um médio prazo… que vamos ver se não se transforma em “longo” ou se não é chutado para o “dia de S. Nunca, lá pela tarde”, por obra e graça de burocratas e ecologistas.
Fundamental também é desenvolver os projectos PIN que hoje ainda não chegam à dezena e que seria muito bom duplicar nos próximos dois ou três anos. Para que não vejamos de novo investimentos de grande qualidade, como o da empresa da Madona, fugirem do Algarve (fartos de obstáculos, burocracias, ecologistas e outros empatas que tornam os tempos de espera insuportáveis para quem investe) e vermos esses investimentos irem ali para o lado, para a Andaluzia, que até já se anuncia como “O outro Algarve”…
A organização de eventos desportivos e mediáticos, de impacto internacional, é também fundamental para colocar o Algarve no mapa. Isto mesmo parece terem percebido os actuais responsáveis máximos do turismo – Luís Patrão e Bernardo Trindade – bem como a Universidade do Algarve que já começou a estudar a matéria, com o seu recente trabalho sobre o próximo Rally do Algarve. Mas é preciso mais… Muito mais.
Aliás, sobre estas metas se há alguma coisa a dizer é que elas são pouco ambiciosas e não estão calendarizadas. Parece que estamos no bom caminho. Mas ainda falta muito. Falta ambição e falta, sobretudo, uma boa prática de saber fazer e saber fazer bem. E falta mostrar vontade e saber para integrar em feixe à volta do turismo as outras actividades económicas mais ou menos tradicionais, desde a pesca e o mar até à serra, suas paisagens tranquilas, seus produtos genuínos e seu artesanato.
Apesar da boa vontade, ultimamente, demonstrada, aconselha-se vivamente aos nossos governantes e outros responsáveis pelo turismo que façam uns fins de semana pela Andaluzia para verem como se trabalha quando se quer desenvolver a economia.
Podem, aliás, começar logo ali pela zona de Ayamonte, Lepe e Cartaia… Certamente que o alcaide Rafael Gonzalez terá todo o gosto em fazer-lhes um mini-curso, um cursillo.
NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.
Depois de termos perdido demasiado tempo sem uma orientação clara para o turismo no Algarve e até mesmo sem uma ideia do que podemos fazer com esse turismo, parece agora que – finalmente – se começa a ver alguma luz nesta matéria.
A economia do Algarve tem de se organizar à volta do turismo. Não é fazermos do turismo uma monocultura… É perceber que as várias actividades económicas – incluindo as mais tradicionais – têm de se organizar como um feixe à volta de um pólo – o turismo.
E temos de perceber que já não vivemos nos anos sessenta ou setenta, mas que vivemos num mundo globalizado onde a oferta da concorrência nos pode facilmente bater aos pontos… Basta que nos deixemos andar mais uns tempos distraídos.
É esta perspectiva que tem faltado e que agora parece começar a despontar. E em paralelo com a visão de que é mais do que necessário e urgente dar qualidade ao Algarve e ao seu turismo.
O Governo traçou, nestas matérias, metas claras… Vamos agora ver se as cumpre. A meta, por exemplo, de aumentar em 50% a oferta hoteleira de cinco estrelas no Algarve (até agora uma verdadeira miséria…) de marinas e de campos de golfe. Isto a um médio prazo… que vamos ver se não se transforma em “longo” ou se não é chutado para o “dia de S. Nunca, lá pela tarde”, por obra e graça de burocratas e ecologistas.
Fundamental também é desenvolver os projectos PIN que hoje ainda não chegam à dezena e que seria muito bom duplicar nos próximos dois ou três anos. Para que não vejamos de novo investimentos de grande qualidade, como o da empresa da Madona, fugirem do Algarve (fartos de obstáculos, burocracias, ecologistas e outros empatas que tornam os tempos de espera insuportáveis para quem investe) e vermos esses investimentos irem ali para o lado, para a Andaluzia, que até já se anuncia como “O outro Algarve”…
A organização de eventos desportivos e mediáticos, de impacto internacional, é também fundamental para colocar o Algarve no mapa. Isto mesmo parece terem percebido os actuais responsáveis máximos do turismo – Luís Patrão e Bernardo Trindade – bem como a Universidade do Algarve que já começou a estudar a matéria, com o seu recente trabalho sobre o próximo Rally do Algarve. Mas é preciso mais… Muito mais.
Aliás, sobre estas metas se há alguma coisa a dizer é que elas são pouco ambiciosas e não estão calendarizadas. Parece que estamos no bom caminho. Mas ainda falta muito. Falta ambição e falta, sobretudo, uma boa prática de saber fazer e saber fazer bem. E falta mostrar vontade e saber para integrar em feixe à volta do turismo as outras actividades económicas mais ou menos tradicionais, desde a pesca e o mar até à serra, suas paisagens tranquilas, seus produtos genuínos e seu artesanato.
Apesar da boa vontade, ultimamente, demonstrada, aconselha-se vivamente aos nossos governantes e outros responsáveis pelo turismo que façam uns fins de semana pela Andaluzia para verem como se trabalha quando se quer desenvolver a economia.
Podem, aliás, começar logo ali pela zona de Ayamonte, Lepe e Cartaia… Certamente que o alcaide Rafael Gonzalez terá todo o gosto em fazer-lhes um mini-curso, um cursillo.
NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.