A prevenção de riscos e a procura de soluções
por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)
Nas últimas semanas assisto com amargura a uma crescente exploração televisiva de dramas familiares.
Acredito na necessidade de dar visibilidade a problemas. A vergonha há-de levar à intervenção no sentido de acudir a quantos vivem miseravelmente. Mas, estou certo, milhares de situações continuarão no anonimato. À televisão, na maioria das vezes, interessa apenas o sensacionalismo que traz audiências televisivas.
Importa que a sociedade portuguesa faça um amplo debate. As estruturas existentes, Serviços Locais da Segurança Social, Instituições Particulares de Solidariedade Social e Redes Sociais Concelhias, têm de desenvolver um amplo trabalho de prevenção de riscos e de procura de soluções para as situações degradantes em que vivem homens, mulheres e crianças no nosso país.
Não podemos ficar indiferentes. Não basta sinalizar problemas, urge resolve-los.
Ultimamente usa-se e abusa-se do termo “sinalizado”, na acção social.
Não basta sinalizar, são necessárias respostas aos problemas concretos.
O Estado (através dos seus serviços) tem que procurar responder, articulando respostas sectoriais (acção social, educação, saúde, habitação, formação profissional e emprego…) no sentido de dignificar o nosso semelhante mais fragilizado.
Temos de estar inquietos. Procuremos soluções para os dramas que conhecemos. Todos temos um papel importante a desenvolver. Promovamos os direitos dos quem vivem em situações problemáticas. Há “humilhações” que não se podem manter. Todos têm direito à sua dignidade e a uma melhor qualidade de vida.
NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.