Crónica 18
por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)
Um fenómeno novo está a abalar a França e, sobretudo, o PS francês. Este fenómeno nascido fora dos aparelhos e dos quadros partidários, vindo directamente da conjugação de vontades de uma maioria da opinião pública e de uma dirigente socialista, Ségolène Royal. Um fenómeno tão novo… que ninguém o previra. E muito menos previra a sua força avassaladora que meteu já no fundo os clássicos e tradicionais jogos de aparelhos.
Hoje, quase 60% dos simpatizantes do PS e uns 50% da população manifesta o seu apoio à candidatura presidencial de Ségolène Royal, vista como a única candidatura de esquerda capaz de derrotar o candidato da direita.
E, depois de um debate televisivo com os outros candidatos socialistas, ela foi considerada, pela imensa maioria, a mais convincente… Os militantes socialistas vão, daqui a uns quinze dias, escolher o seu candidato às presidenciais. Vamos ver o que se passa até lá. Mas, seja como for, este fenómeno já abalou as arcaicas formas e estruturas da política partidária francesa.
Mas o que tem de especial Ségolène Royal? Por mim, penso que, sobretudo, é o seu modo de falar… Ela fala claro e concreto. Não se prende em abstracções retóricas e racionalizantes, tão ao gosto dos políticos de aparelho, e nem encalha, nem se afunda em palavreado tecnocrático, o chamado “tecnolês”, com o seu churrilho de medidas sem significado.
Ela fala de modo selectivo, concreto e carregado de sentido… E as pessoas entendem-na, pois vai direito ao essencial. E formula as propostas que os eleitores já sentem… Dá-se assim um encontro perfeito. E mais… para além de formular as propostas que o leitorado já acalentava, mas não conseguia formular, ela quer que os eleitores controlem a sua execução, a sua realização, e quer ouvi-los em permanência, por exemplo, sobre a Europa, o Banco Central Europeu, o Pacto da Estabilidade e Crescimento…
Ségolène Royal chama a isso restabelecer a confiança perdida no sistema político, permitir aos cidadãos controlar os políticos e as suas obras… Chama-lhe: realizar uma “revolução democrática”, uma revolução… doce!
Uma coisa já é certa: O PS francês nunca mais será o mesmo, depois desta “revolução… doce”!
NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.
Um fenómeno novo está a abalar a França e, sobretudo, o PS francês. Este fenómeno nascido fora dos aparelhos e dos quadros partidários, vindo directamente da conjugação de vontades de uma maioria da opinião pública e de uma dirigente socialista, Ségolène Royal. Um fenómeno tão novo… que ninguém o previra. E muito menos previra a sua força avassaladora que meteu já no fundo os clássicos e tradicionais jogos de aparelhos.
Hoje, quase 60% dos simpatizantes do PS e uns 50% da população manifesta o seu apoio à candidatura presidencial de Ségolène Royal, vista como a única candidatura de esquerda capaz de derrotar o candidato da direita.
E, depois de um debate televisivo com os outros candidatos socialistas, ela foi considerada, pela imensa maioria, a mais convincente… Os militantes socialistas vão, daqui a uns quinze dias, escolher o seu candidato às presidenciais. Vamos ver o que se passa até lá. Mas, seja como for, este fenómeno já abalou as arcaicas formas e estruturas da política partidária francesa.
Mas o que tem de especial Ségolène Royal? Por mim, penso que, sobretudo, é o seu modo de falar… Ela fala claro e concreto. Não se prende em abstracções retóricas e racionalizantes, tão ao gosto dos políticos de aparelho, e nem encalha, nem se afunda em palavreado tecnocrático, o chamado “tecnolês”, com o seu churrilho de medidas sem significado.
Ela fala de modo selectivo, concreto e carregado de sentido… E as pessoas entendem-na, pois vai direito ao essencial. E formula as propostas que os eleitores já sentem… Dá-se assim um encontro perfeito. E mais… para além de formular as propostas que o leitorado já acalentava, mas não conseguia formular, ela quer que os eleitores controlem a sua execução, a sua realização, e quer ouvi-los em permanência, por exemplo, sobre a Europa, o Banco Central Europeu, o Pacto da Estabilidade e Crescimento…
Ségolène Royal chama a isso restabelecer a confiança perdida no sistema político, permitir aos cidadãos controlar os políticos e as suas obras… Chama-lhe: realizar uma “revolução democrática”, uma revolução… doce!
Uma coisa já é certa: O PS francês nunca mais será o mesmo, depois desta “revolução… doce”!
NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.