sexta-feira, outubro 13, 2006

Hospital Central do Algarve


por Francisco Paulino (empresário do sector turístico e dirigente do CDS-Partido Popular)

Parece que vai finalmente arrancar a construção do Hospital Central do Algarve. E digo parece pois tem sido por demasiadas vezes protelado este sonho Algarvio já considerado como a obra mais estruturante não apenas da nossa região mas de todo o País a sul do Tejo.

Sou favorável à criação dessa unidade de saúde por vários motivos desde a lógica prestação de cuidados de saúde com qualidade aos residentes mas também como forma de assegurar àqueles que nos visitam que estamos preparados para os receber. Numa altura em que por razões económicas e de disponibilidade são os turistas de uma faixa etária mais elevada que mais viajam é bom que saibam as condições que cá virão encontrar. Sou portanto favorável à criação desse Hospital mas não de qualquer maneira, nem a qualquer preço. Ao contrário do Sr. Ministro que aparentemente ainda não tem definido de que forma irá funcionar este equipamento, queremos no Algarve um estabelecimento hospitalar orientado para providenciar cuidados de saúde de qualidade e que seja um exemplo para o Serviço Nacional de Saúde. Como fazer? Entregando, através de concurso público, à iniciativa privada a sua concepção, construção, financiamento e exploração, integrando-o posteriormente na rede do SNS, através da negociação de uma tabela de preços pelos serviços prestados, cujo pagamento seria suportado pelo Estado. Para os doentes seria um hospital cujo acesso é em tudo idêntico ao dos hospitais públicos, mas beneficiando de cuidados prestados com mais qualidade e sem listas de espera. Para os investidores seria mais uma oportunidade de investimento, certamente visando o lucro legítimo, mas por essa via geradora da receita proveniente dos impostos, e para o Estado representaria uma poupança de 30 a 40% nos custos com a saúde.

Ligada a esta iniciativa, está ainda presente a oportunidade única de se desenvolver entre a unidade de saúde e a Universidade um verdadeiro programa de parceria no domínio da investigação biomédica e biotecnológica, cujo alcance e importância para a região não necessito de enfatizar. Por outras palavras a criação da tão desejada Faculdade de Medicina do Algarve.

Hoje em dia sucede no nosso País este incrível paradoxo: só entram nas faculdades de medicina os alunos com média superior a 18,43. Quer isto dizer que os nossos melhores alunos, os estudantes com média de 18 valores, não podem aceder ao curso da sua preferência e vocação. Por outro lado, os hospitais em geral, e em particular os do Algarve, estão enxameados de médicos de nacionalidade estrangeira, contra os quais nada temos, como é evidente, mas cuja presença reflecte um desajustamento entre a oferta e a procura nesta área, para mais quando se sabe que centenas de jovens estão a demandar universidades estrangeiras para poderem cursar medicina.
Algo vai mal, portanto.


NOTA: Os comentários de Francisco Paulino são emitidos todas as sextas-feiras, às 7 horas, com repetição às 13 e às 19 horas.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E não vão mais porque alguém criou os cursos de medicina em Braga, Covilhã e Funchal...

Venha agora o Curso de Medicina no Algarve!

6:41 da tarde  

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