domingo, outubro 29, 2006

Exemplos de má gestão...


por Francisco Paulino (empresário do sector turístico e dirigente do CDS-Partido Popular)

Numa altura em que o governo central quer impor, como se justifica, limites ao endividamento das autarquias, em que por apertos financeiros as transferências de verbas para o poder local são cada vez menores, em que é o próprio Estado a levantar a hipótese de serem as autarquias a cobrarem impostos aos seus munícipes, de forma a viverem com essas receitas, temos nós aqui no Algarve, e como será evidente por todo o País, exemplos de má gestão por parte do mesmo Estado e para os quais, tal como tem feito, e bem, o presidente da Câmara de Tavira, não nos devíamos deixar de solidarizar e juntar a nossa voz.

Refiro-me ao património de diversos ministérios, e hoje concretamente ao património do ministério da defesa que tem na nossa região edifícios e terrenos em quantidade e qualidade invejável e para o qual não tem qualquer tipo de serventia. Tempo houve em que as necessidades estratégicas de Defesa do território sugeriam a possível utilização de tais prédios. Hoje porem, com o novo conceito de defesa Nacional, sabemos todos que nunca mais se irá construir um grande aquartelamento no Algarve, nem tão pouco se irá usufruir das estruturas que ainda se mantêm de pé. Também é de tal forma o desleixo por parte do proprietário (Estado), que é quase escandaloso o estado em que se encontram muitos deles. Outras vezes é a pouca utilidade dada a tais prédios, localizados muitos deles em zonas nobres das nossas cidades, sabendo nós, e os autarcas locais ainda melhor, como colocar esses edifícios ao serviço das suas comunidades.

Vejamos o caso de Faro como bom exemplo, onde o antigo Regimento de Infantaria, a cair aos bocados há alguns anos atrás, recuperado para a Região e seus residentes, deu origem à Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, com condições de tal excelência que chegou a ser também, ainda que por pouco tempo infelizmente, sede da Secretaria de Estado do Turismo. Agora olhemos para tantos maus exemplos, como o Quartel da Atalaia em Tavira, a Messe dos Oficiais em Lagos, ou o terreno do Cerro do Guelhim perto de Olhão, só para vos dar 3 casos. É claro que muitos mais haverão em todo o Algarve, suspeito mesmo que não haverá concelho que não tenha o seu, mas estes 3 casos deveriam chegar para, de uma forma organizada e persistente, continuarmos a exigir da parte do ministério a sua alienação a favor das autarquias, e bem assim a favor dos cidadãos.

É que se o Estado não sabe o que há-de fazer deles, nós sabemos. No caso do Quartel da Atalaia em Tavira pode ser convertido no novo quartel de bombeiros ou mesmo albergar os serviços locais das finanças. No caso de Lagos que melhor para instalar o museu da cidade. E no caso do Cerro do Guelhim que sitio mais conveniente poderia existir para a construção de um grande Estabelecimento Prisional do Algarve, encerrando as Cadeias de Comarca que estão em zonas urbanas (Faro, Silves, Portimão e Olhão)e que são hoje um perigo latente para as comunidades envolventes?


NOTA: Os comentários de Francisco Paulino são emitidos todas as sextas-feiras, às 7 horas, com repetição às 13 e às 19 horas.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois, já agora porque não exportar os reclusos para África ou para o Tarrafal?! A sociedade agradecia, as famílias nem por isso...

Já agora, o senhor não sabe que está prometida uma nova repartição de Finanças na Rua 25 de Abril ou que o Quartel dos Bombeiros vai ser construído no Vale Caranguejo?!

Pois, devia estar mais atento!!!

8:04 da tarde  

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