As tradições e a globalização
por Anabela Martins (psicóloga e gestora do sector cooperativo)
Eu quase que poderia dizer que, enquanto movimento cooperativo, é bastante importante a intervenção de toda a sociedade civil nas questões que mais nos preocupam. Por outro lado, enquanto mãe, como devem calcular preocupam-me imenso a passagem dos valores da nossa cultura, da nossa tradição da nossa região para as crianças que pelo menos passam alguns anos da sua educação, que poderão ou não levar este tipo de informação para outros países porque cada vez mais nós estamos numa sociedade global e muitos dos nossos filhos vão concerteza fazer a sua vida profissional noutras partes do país, da Europa e, mesmo, do Mundo.
Por isso mesmo, eu pergunto-me como é que nós vamos garantir a passagem dos nossos padrões culturais, da nossa tradição, dos nossos valores mais intrínsecos à nossa nação portuguesa para essas crianças que evidentemente nesta era da globalização cada vez mais têm tendência a não distinguir o que é que é seu ou o que pertence aos seus avós ou o que é da sua terra ou aquilo que é, em termos gerais, é mundial, comunitário ou internacional!
É também um pouco por isso que a cooperativa que eu e um grupo de pessoas preocupadas com estas temáticas criámos - a Conexo - está a tentar imoplementar o interesse nos jovens e nas crianças sobre a cultura e a tradição ao nível do têxtil e também artesanal da zona algarvia e sobretudo da zona da serra. Porque é neste espaço da zona serra que coexistem algumas das tradições do artesanato e dos agro-alimentares, tradições essas que são muito importantes para a identificação duma cultura!
Sei lá, quando pensamos em mel, pensamos que existe mel em qualquer parte do mundo. Não é bem assim, existe mel nas prateleiras de todos os supermercados do mundo, mel esse identificado e que vem de algumas regiões. Seria bom que os nossos filhos pudessem perceber quando vêem esses rótulos, mesmo que estejam na China ou em Londres, que esse mel veio da sua terra. E, mais ainda, até puderem explicar ao vizinho do lado que está a comprar o mesmo mel como é que ele foi feito!
Estas e outras questões são preocupações da cooperativa, minhas enquanto mãe, sobretudo enquanto pessoa interessaada nesta cultura e nesta tradição que é nossa e que eu não quero ver morrer e desfazer-se por esta globalização que nos avassala e que é a realidade de hoje e de amanhã!
Pensem nisto, espero que possam responder a este desafio, porque é sem dúvida um desafio para perceber o que é que vocês ouvintes pensam sobre estas temáticas. Ou será que eu só estou a dizer asneiras?!
NOTA: Os comentários de Anabela Martins são emitidos todas as quintas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.
Eu quase que poderia dizer que, enquanto movimento cooperativo, é bastante importante a intervenção de toda a sociedade civil nas questões que mais nos preocupam. Por outro lado, enquanto mãe, como devem calcular preocupam-me imenso a passagem dos valores da nossa cultura, da nossa tradição da nossa região para as crianças que pelo menos passam alguns anos da sua educação, que poderão ou não levar este tipo de informação para outros países porque cada vez mais nós estamos numa sociedade global e muitos dos nossos filhos vão concerteza fazer a sua vida profissional noutras partes do país, da Europa e, mesmo, do Mundo.
Por isso mesmo, eu pergunto-me como é que nós vamos garantir a passagem dos nossos padrões culturais, da nossa tradição, dos nossos valores mais intrínsecos à nossa nação portuguesa para essas crianças que evidentemente nesta era da globalização cada vez mais têm tendência a não distinguir o que é que é seu ou o que pertence aos seus avós ou o que é da sua terra ou aquilo que é, em termos gerais, é mundial, comunitário ou internacional!
É também um pouco por isso que a cooperativa que eu e um grupo de pessoas preocupadas com estas temáticas criámos - a Conexo - está a tentar imoplementar o interesse nos jovens e nas crianças sobre a cultura e a tradição ao nível do têxtil e também artesanal da zona algarvia e sobretudo da zona da serra. Porque é neste espaço da zona serra que coexistem algumas das tradições do artesanato e dos agro-alimentares, tradições essas que são muito importantes para a identificação duma cultura!
Sei lá, quando pensamos em mel, pensamos que existe mel em qualquer parte do mundo. Não é bem assim, existe mel nas prateleiras de todos os supermercados do mundo, mel esse identificado e que vem de algumas regiões. Seria bom que os nossos filhos pudessem perceber quando vêem esses rótulos, mesmo que estejam na China ou em Londres, que esse mel veio da sua terra. E, mais ainda, até puderem explicar ao vizinho do lado que está a comprar o mesmo mel como é que ele foi feito!
Estas e outras questões são preocupações da cooperativa, minhas enquanto mãe, sobretudo enquanto pessoa interessaada nesta cultura e nesta tradição que é nossa e que eu não quero ver morrer e desfazer-se por esta globalização que nos avassala e que é a realidade de hoje e de amanhã!
Pensem nisto, espero que possam responder a este desafio, porque é sem dúvida um desafio para perceber o que é que vocês ouvintes pensam sobre estas temáticas. Ou será que eu só estou a dizer asneiras?!
NOTA: Os comentários de Anabela Martins são emitidos todas as quintas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.