Faro - Capital Nacional da Cultura'2005
por Carlos Lopes (advogado, benfiquista e animador cultural)
Na sexta-feira, dia 31 de Março, deu o último suspiro a Faro Capital Nacional da Cultura com a versão concerto da ópera de Marcos Portugal La donna di genio volubile, no Auditório de Lagoa. Arrancou tarde, como se sabe, tendo o presidente inicial da estrutura, Arq. Lamas, cedido o lugar ao Prof. Doutor Rosa Mendes. As peripécias que se seguiram são do domínio público...
A Capital da Cultura caracterizou-se por não se cingir à cidade de Faro ( e a sessão de encerramento aí está para atestá-lo), mas antes tentando abarcar toda a região, com iniciativas em lugares tão improváveis como Querença (Teatro O Bando) e a Ilha do Farol (com dança). Esta distribuição foi um dos seus grandes méritos. E talvez isso tenha contribuído para a sua menor visibilidade. Distribuídas as iniciativas por diversos concelhos, pareceu que a Faro Capital da Cultura não existiu. E, se calhar, pouco existiu. A sua divulgação poderá não ter sido a melhor.
Mas Faro'2005 teve momentos de grande interesse, no campo das exposições, cinema, publicações, conferências. As edições de poesia foram importantíssimas. A reedição da obra de Estácio da Veiga, Antiguidades Monumentais do Algarve, sabendo que estas tiveram a primeira e única edição no sec. XIX , foi um momento marcante.
No cômputo geral tem de se fazer um balanço positivo, sabendo que os constrangimentos orçamentais e as dificuldades legais na movimentação de verbas, aconselham a uma alteração do modelo utilizado, de forma a agilizar a estrutura.
Uma nota: Nem no dia do início nem no dia de encerramento se viu a Srª Ministra da Cultura. É certo que a equipa que dirigiu esta inicitiva não foi escolhida pelo seu ministério, mas, caramba, não mereceria outra atitude? E o que dizer do poder político regional? Onde o governador civil ou o presidente da área metropolitana do Algarve?
A Capital da Cultura mereceria outra atenção e respeito. Mas parece que sentindo que esta foi um flop, ninguém se quer ver associado ao evento. Sempre foi assim!
NOTA: Os comentários de Carlos Lopes são emitidos todas as segundas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.
Capital do quê?! Das confusões, da falta de guito e de ideias, do cimento e do betão, talvez...
Vocemecês não perceberam que aquilo estava condenado à partido com certo senhor na edilidade farense?!