Uma nova realidade
por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)
Roubaram os moinhos de vento que se encontram na Rotunda de Tavira, que dá acesso á Via do Infante. Destruiram uma obra de arte que ali foi colocada para embelezar a paisagem numa atitude de puro vandalismo!
Os assaltos às residências. Apanhados em flagrante, dois jovens fugiram à polícia, depois de terem consumado um assalto na Ilha de Faro. Não há dia sem assaltos no Algarve, por muito que as estatísticas queiram mascarar a realidade. Pequenos furtos não são denunciados à polícia. As pessoas sentem incómodo quando são confrontadas com excesso de burocracia. Este é um sinal dos tempos, que o país e a região atravessam!
Se muitos dos roubos têm na génese marginais consumidores de droga, começa a surgir uma nova realidade. Gente que rouba para comer. No outro dia, a minha amiga Lúcia encontrou duas mulheres, como ela diz, a denegrir a imagem de um homem que tinha sido apanhado na praça a roubar um pão e uma banana. E perguntou-lhes se, essa pessoa que diziam ter mais de cinquenta anos, era um ladrão ou um pobre cheio de fome?!
É claro que se indignou com a rudeza e a creuldade de duas pessoas que não eram capazes de avaliar que ali estava alguém com fome e, quem sabe, se não teria a mulher e os filhos ao virar da esquina à espera daquele bocado de pão...
Poderá questionar-se se roubar para matar a fome é crime. Há muita pobreza encoberta, há muito desespero nas pessoas envolvidas nesta máquina de triturar as criaturas que se chama sociedade de consumo!
Seria bom que a mensagem passasse de boca em boca, dizendo que para matar a fome as pessoas não precisam de roubar. A cidade, as cidades têm centros de acolhimento, as juntas de freguesia podem providenciar alimentação para os necessitados junto dos centros de apoio a idosos, nas santas casas da misericórdia e, agora também aqui em Portimão, no Centro de Dia do Padre Arsénio, na Quinta do Amparo!
Há felizmente locais onde uma sopa e uma broa de pão são ofertados em nome da dignidade humana. Não podemos permitir que o roubo de um pão para matar a fome ou o assalto para furtar material para vender e arranjar dinheiro para drogas sejam metidos no mesmo saco.
A sociedade fomenta estas duas duras realidades, mas tem que as saber destrinçar!
NOTA: Os comentários de Hélder Nunes são emitidos todas as quintas-feiras, às 9 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.
Roubaram os moinhos de vento que se encontram na Rotunda de Tavira, que dá acesso á Via do Infante. Destruiram uma obra de arte que ali foi colocada para embelezar a paisagem numa atitude de puro vandalismo!
Os assaltos às residências. Apanhados em flagrante, dois jovens fugiram à polícia, depois de terem consumado um assalto na Ilha de Faro. Não há dia sem assaltos no Algarve, por muito que as estatísticas queiram mascarar a realidade. Pequenos furtos não são denunciados à polícia. As pessoas sentem incómodo quando são confrontadas com excesso de burocracia. Este é um sinal dos tempos, que o país e a região atravessam!
Se muitos dos roubos têm na génese marginais consumidores de droga, começa a surgir uma nova realidade. Gente que rouba para comer. No outro dia, a minha amiga Lúcia encontrou duas mulheres, como ela diz, a denegrir a imagem de um homem que tinha sido apanhado na praça a roubar um pão e uma banana. E perguntou-lhes se, essa pessoa que diziam ter mais de cinquenta anos, era um ladrão ou um pobre cheio de fome?!
É claro que se indignou com a rudeza e a creuldade de duas pessoas que não eram capazes de avaliar que ali estava alguém com fome e, quem sabe, se não teria a mulher e os filhos ao virar da esquina à espera daquele bocado de pão...
Poderá questionar-se se roubar para matar a fome é crime. Há muita pobreza encoberta, há muito desespero nas pessoas envolvidas nesta máquina de triturar as criaturas que se chama sociedade de consumo!
Seria bom que a mensagem passasse de boca em boca, dizendo que para matar a fome as pessoas não precisam de roubar. A cidade, as cidades têm centros de acolhimento, as juntas de freguesia podem providenciar alimentação para os necessitados junto dos centros de apoio a idosos, nas santas casas da misericórdia e, agora também aqui em Portimão, no Centro de Dia do Padre Arsénio, na Quinta do Amparo!
Há felizmente locais onde uma sopa e uma broa de pão são ofertados em nome da dignidade humana. Não podemos permitir que o roubo de um pão para matar a fome ou o assalto para furtar material para vender e arranjar dinheiro para drogas sejam metidos no mesmo saco.
A sociedade fomenta estas duas duras realidades, mas tem que as saber destrinçar!
NOTA: Os comentários de Hélder Nunes são emitidos todas as quintas-feiras, às 9 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.