sexta-feira, junho 20, 2008

Até Setembro!


Caríssimos,

Vamos descansar os corpos e refrescar as mentes. Voltamos em Setembro!

A Administração.

Mendes Bota Vs Macário Correia

por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)

As eleições no PSD Algarve não vão trazer nada de novo à política regional. Não há sinais de mudança, nem tão pouco uma lufada de ar fresco. Poderá, quanto muito, haver uma mudança de estilo. Mendes Bota continua a apresentar-se aos militantes para dar continuidade à sua governação e, como opositor, vai ter Macário Correia, cuja equipa assenta nas velhas rivalidades e pouco mais. O que está em jogo nesta eleição não é a renovação do partido, nem tão pouco uma hipótese de lhe injectar sangue novo, que leva à sua dinamização.

Tudo passa, simplesmente, pela manipulação do poder e pelas escolhas de quem vai ocupar lugares nas listas dos próximos actos eleitorais. Vejamos os objectivos de cada candidato: Mendes Bota antecipa o acto eleitoral para a distrital exclusivamente para que seja definida a equipa que irá preparar e trabalhar os desafios eleitorais do próximo ano, designadamente, as eleições autárquicas. Para Macário Correia, o objectivo é colocar o representante no Parlamento Europeu, duplicar o número de deputados na Assembleia da República e ganhar de novo a maioria das Câmaras Municipais. Não deixa de existir, claro, para compor o ramalhete, um conjunto de enunciados programáticos porque os políticos percebem que, nestas coisas, captar votos nada melhor do que fazer promessas, pintar de dourado o cenário, apelar ao regionalismo e, sempre que possível, protocolar intenções.

A realidade do PSD do presente é um pouco diferente do passado recente. Os sociais democratas não quiseram escolher o caminho do futuro, elegendo um militante jovem, sem os vícios do sistema. Preferiram eleger Manuela Ferreira Leite para quem o país está a passar ao lado porque, acima dele está a sua família e o seu neto. Têm todo o direito, mas em política não há 2 opções: ou se serve a causa pública em prejuízo dos interesses pessoais, ou então não se assumem compromissos por mera vaidade e subserviência a outros titãs que, um dia se saberão.

Enfim, se o Governo se impõe com uma ditadura de maioria, a oposição morre ao virar da esquina.

quinta-feira, junho 19, 2008

Algarve com pouca segurança

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)


Temos aqui alertado para os problemas de segurança no Algarve e, sobretudo para o facto de uma região com uma economia turística como a nossa não pode ter, nem pode suportar problemas de segurança. Mas a coisa continua e temos de voltar a falar dela. Penso que os nossos dirigentes políticos, quer os de lá do Governo, quer os das bandas da oposição, ainda não perceberam que há no Algarve um grave problema de segurança e, se perceberem, fazem como se não tivessem percebido. Temos dias que, como é costume, acorda demasiado tarde.

Por exemplo, este mês de Junho tem sido uma calamidade nas zonas mais interiores do concelho de Tavira: casas, estabelecimentos e até colectividades têm sido assaltadas e roubadas, algumas duas, três ou mais vezes. A população obviamente anda assustada e sente que se esqueceram dela, que a abandonaram e diz, e bem, que os políticos só aparecem quando não são precisos e, apenas para pedir votos. A GNR parece fazer o que pode, mas a verdade é que pode pouco. Basta, aliás, ver o orçamento que têm para combustível e fica-se a perceber que eles quase não podem sair do posto. Assaltos também é que, barcos espanhóis fazem na nossa costa.

Há dias foi apanhado na baia de Monte Gordo uma traineira espanhola. Curiosamente ainda nem tinha pago as coimas de anteriores crimes. O tribunal de Tavira, e bem, deu ordem para a sua apreensão até pagar tudo. Esperemos que à armada e à polícia marítima não venha também a faltar combustíveis, como já aconteceu na GNR.

quarta-feira, junho 18, 2008

Um país vergonhoso

por Luís Horta (director do jornal Sotavento)

Estava eu a pensar no tema que deveria trazer. Início da 2ª semana verdadeiramente equilibrada, com as temperaturas normais para a época e parecia não encontrar razão de jeito para massacrar os ouvidos ou sequer despertar a atenção do auditório. Os 8 dias anteriores, pelo destrambelhamento originado por exigências, talvez justas, talvez justificadas ou, pelo menos, percebidas foram férteis em eventuais comentários. A ganância dos operadores petrolíferos e o insaciável apetite governativo pela manutenção de impostos acima do razoável, explicam a irritação dos operadores.

Mas se, por enquanto, o pior já passou e se assiste a uma quase normalidade no abastecimento público, não poderemos descartar a certeza de que os ânimos continuam em ebulição. Desde Quarta- Feira, dia 11, na A2 nos percursos ascendente e descendente em direcção ao Algarve e, por toda a via do Infante, algumas dezenas de viaturas provenientes de avaria ou falta de combustível, descansavam nas bermas rodeados de triângulos vermelhos. Achei estranho. Mas depois percebi que se tratava de mais um bloqueio, desta vez dos reboques, cujos proprietários lutam por renovar uma tabela das companhias de assistência em viagem que, levava mais de 10 anos de diligência.

O movimento teve o seu início no Algarve e ameaça estender-se ao resto do país mas, enquanto isso, os veículos não foram assistidos, nem retirados. Quem responde pelos prejuízos inerentes? Entretanto, já vimos referências a uma acção semelhante contra os taxis e depois, ninguém nos garante se os negociantes de carne, peixe, fruta ou as próprias redes de supermercados, não estarão a preparar também a sua exigênciazinha. E o vulgar cidadão, quando poderá reivindicar um melhor serviço de saúde, estradas sem buracos, educação adequada, segurança civil eficaz? Este, terá de aguentar firme aquilo que lhe quiserem dar, como foi o caso há 2 dias noticiado, daquele cidadão português, não sei se algarvio, pois a notícia não o identificava que, requereu o complemento solidário para idosos.

Depois do preenchimento de uma dúzia de impressos complicados e de prestar exaustivas informações sobre os rendimentos familiares a ter dos próprios filhos foi, notificado ter-lhe sido concedido o complemento solidário de 1€ mensal. Mas o idoso só receberá de 5 em 5 meses ao atingir os 5 €. Perante o ridículo do caso e a pequenez deste chamado complemento solidário de idoso, serve tudo o que se viu e ouviu.

Que este português, certamente debilitado e necessitado não tem poder reivindicativo, nem sequer para bloquear as portas envidraçadas do seu Centro Distrital de Segurança Social. E é pena que não tenha.

Scolari

por Carlos Lopes (advogado)

Hoje, um pouco de futebol. Depois da requalificação de Portugal, da contratação de Scolari pelo Chelsea e antes do jogo com a Suíça, permitam-me que fale de Scolari. Quando Scolari chegou a Portugal, todos sabemos o que era a Selecção Nacional: um punhado de jovens talentosos mas uma equipa sem organização, sem colectivo ou vislumbre total; ou por falta de pulso por parte da federação ou por falta de pulso por parte do treinador. O que é certo é que aqueles jovens talentosos não tinham resultados que correspondessem às suas potencialidades.

Com Scolari foi diferente. A selecção atingiu lugares nunca antes alcançados: 2º no Campeonato da Europa de 2004, 4º no Campeonato do Mundo e agora uma carreira bonita neste campeonato da Europa. É obra. De resto, há uma similitude muito grande entre Scolari na selecção e Macário na Câmara de Tavira. Nada se poderá compara com o antes de e nada poderá ser como o antes depois deles.

Incutiram graus de exigência, um dinamismo e um profissionalismo nas suas actividades que, ninguém no seu perfeito juízo, poderá ignorar o seu trabalho sob pena do ridículo. Após eles, a fasquia da exigência tem uma elevação que é preciso pensar bem aceitar a sua substituição. Uma coisa é certa: marca uma página dourada nos seus campos.

10 de Junho

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)

10 de Junho, hoje dia de Portugal. Dia de um pequeno país, um pequeno país que é realmente um arquipélago no Atlântico nordeste entre a Europa e a América, aberto ao mundo e que, hoje a onda da crise mundial atinge em cheio e destrói muitas das suas esperanças como se fossem castelos de areia, face a uma vaga muito forte. A altura, portanto, para percebermos que temos muito a fazer se quisermos salvar alguma coisa no meio desta tempestade mundial que arrasa tudo à sua passagem.

Que Portugal queremos? E como o podemos construir e defender? É esta, para mim, a grande pergunta deste dia de Portugal. É óbvio que precisamos de 3 coisas: emprego, desenvolvimento e segurança. A segurança que garante desenvolvimento e emprego. Mas pergunta-se: em que investir para alcançar desenvolvimento e emprego? Quem tem estudado à anos e, muito a sério este problema tem as respostas adequadas. Só falta mesmo pô-las em prática. Sabem bem disso os meus amigos André Magrinho, José Carlos Zurrinho e José Manuel Ribeiro. Chegaram todos os três às mesmas conclusões por vias diferentes.

Em suma, Portugal precisa dum choque tecnológico para assegurar desenvolvimento e exportações de alto valor. E Portugal precisa de turismo e mais turismo para criar emprego e precisa de segurança; de ser um país seguro para atrair investimentos e turistas. Temos soluções, só precisamos mesmo de saber concretizá-las, pô-las em prática e, para isso, todos os dias têm de ser dia de Portugal.

quinta-feira, junho 12, 2008

Subida dos preços de combustíveis

por Luís Horta (director do Jornal Sotavento)

A crise económica desencadeada pela alta de preços dos combustíveis tem originado posições das mais diversas e, naturalmente, controversas. Foi, por exemplo, o caso da Câmara Municipal de Tavira ter anunciado e colocado, desde logo em prática, a ideia de abastecer as suas viaturas em Espanha. O diferencial, quando se trata de veículos com depósitos de grande porte, dá para o percurso e, ainda sobram uns bons milhares de euros por semana, mês ou por ano, conforme a escala de utilização desta medida. Há vozes que, logo se levantaram dizendo da falta de patriotismo dessa iniciativa. Há sempre quem esteja a favor e quem esteja contra qualquer coisa, que mais não seja por questões ligadas a estratégias e interesses que, quase sempre nada têm a ver com a questão de fundo.

Neste caso, parece-me a questão de fundo não é o patriotismo. A questão de fundo é uma medida de gestão que, resultando, se torna sadia e aceitável. O problema situa-se muito no âmbito do imposto e outro tanto em relação a Portugal, na evidente cartolização dos preços. E, como assim é, onde está o patriotismo de quem, agravando a crise, mantém intransigência percentual no imposto e a liberdade da marcação do preço num produto essencial para a estabilidade da economia. Aos concursos de fornecimento, quer de produtos quer de obras, sejam grandes ou pequena, podem ser internacionais e, obrigatoriamente, o são a partir de certos volumes financeiros, medida que se refere especialmente a investimentos públicos.

Toda a Europa pode, portanto, fornecer o que quer que seja aos restantes países. É normal comprar onde é mais barato. Qual é pois, a falta de patriotismo desta medida da Câmara Municipal de Tavira? Entregar o imposto ao país vizinho? E porque não desce a taxa em Portugal? Estou lembrado do caso das idas a Cuba para tratar dos olhos dos nossos idosos. Será igualmente falta de patriotismo? Quer bem crer que não. Esta falta de patriotismo deve rotular, quanto a mim, quem procura espremer ainda mais a desvalia da situação em que se encontram as camadas mais frágeis da população.

E se a população no combustível se dirigir, em última análise, a acções sociais como é o caso das cirurgias oculares, ninguém deverá constestá-las, deverá antes, promover a correcção do que está mal. O resto é demagogia.

quinta-feira, junho 05, 2008

Futuro do PSD

por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)

Com a eleição de Manuela Ferreira Leite para a presidência do PSD pode concluir-se que, politicamente, esta não é uma mais valia para Mendes Bota e para o PSD Algarve. O líder dos sociais democratas algarvios apoiou Pedro Santana Lopes e conseguiu que o aparelho do partido funcionasse a seu favor em muitas concelhias, mas começaram a aparecer divergências e um conjunto de militantes a demarcar-se das atitudes políticas de Mendes Bota. A linha política de Ferreira Leite é reconhecida por todos os analistas com regresso ao cavaquismo, tendo Mendes Bota entrado em ruptura com cavaco silva ao ponto de ter abandonado a política durante 9 anos.

Hoje, vai voltar a encontrar pela frente os seus opositores que tudo farão para o marginalizar. A nível nacional a intervenção de Mendes Bota não esta facilitada. A nível regional volta a haver a ascensão de Isabel Soares e Macário Correia, tudo apontando para que o presidente de Tavira venha a fazer parte da Comissão Política Nacional. Com 7 concelhias a não apoiarem a escolha do candidato, feita por Mendes Bota, coloca-se sempre a questão: como será o futuro dentro do partido, a nível regional?

Tudo irá depender das próximas eleições legislativas. Se o PSD vencer, os opositores de Ferreira Leite terão que arrumar as botas. No entanto, a leitura dos analistas aponta para que Manuela Ferreira Leite não seja a vencedora pela, sua postura muito próxima das políticas de José Sócrates. Retira-lhe a maioria, mas não alcança o poder. As lutas internas no PSD voltam a suceder-se porque, esse cenário era apontado e previsível, mas os barões da direita do partido, a quem são favoráveis as políticas de Sócrates ou Ferreira Leite, preferem arriscar com o objectivo de serem o poder e sentirem-se mais à vontade para manipularem as directrizes.

Manuela Ferreira Leite pode ter muitos atributos, mas à sua volta há gente ávida de poder e de se encaixar na máquina do Estado.

terça-feira, junho 03, 2008

Subida de preços

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)


A brutal subida dos preços do petróleo vai ter graves consequências para a economia do Algarve. Essa subida brutal veio para ficar e se os pescadores são dos primeiros a senti-la, a sentir os seus terríveis efeitos, eles não vão ser, porém, os únicos...longe disso. Senão, vejamos com este aumento brutal do petróleo. As companhias de aviação estão já em crise e, as que resistirem, as que não fecharem as portas vão ter que aumentar e muito o preço real dos bilhetes.

Quer dizer, acabaram as viagens de avião ao preço da “uva mijona”. E sendo assim, há um certo tipo de turista que vai desaparecer do Algarve, pela razão simples de que ficará em casa por falta de dinheiro para o bilhete de avião. Portanto, é todo o negócio do turista barato que está ameaçado e que, veio entrar em crise. Nos próximos anos e, mesmo já este verão, só viaja quem tem dinheiro para pagar os encarecidos bilhetes de avião, quem não tiver fica em casa.

O Algarve tem portanto que se virar para um tipo de turista mais exigente e com mais dinheiro, quer dizer, como aqui já o temos repetido, é urgente que o Algarve se requalifique, pense no futuro e saiba ganhar a qualidade que lhe falta, que saiba alear a tradição e a inovação. O fundamento, a tradição e a justificação, a inovação que valha a pena a alguém visitá-lo e ficar com vontade de voltar, se não o fizer, se não formos capazes de fazer o que tem de ser feito, se não tivermos essa inteligência e essa capacidade, se ficarmos à espera acontecerá o pior.

Ficamos sem os turistas baratos, já que eles desaparecem (ficam em casa) e ficamos sem os turistas com dinheiro que, exigem a qualidade que ainda não temos, ou seja, esta crise é uma grande oportunidade. Assim, o Algarve seja capaz.