sexta-feira, abril 27, 2007

Semana de Oração pelas Vocações


por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

Ocorre na Igreja Católica de 22 a 29 de Abril, a Semana de Oração pelas Vocações ao sacerdócio, à vida consagrada e à missão, este ano centrada na pergunta “Posso contar contigo?”.

A vocação cristã traduz-se na abertura a Deus, deixando-o agir em nós, segundo a Sua Vontade e a Sua Vontade é o chamamento à santidade ainda que com diferentes estilos de vida.

Num mundo em que muito poucos acreditam no amor gratuito, em que pensar em amor é pensar em “eu quero ser amado”, a vida consagrada dá na sua essência um testemunho de um Amor não possessivo, que vive em liberdade e se oferece em liberdade, que é implicativo mas não prende, que é doado e enraizado na relação com Deus.

Num mundo em que a luta pelo ter implica tanta destruição quer da natureza, quer de pessoas e bens, em que se vive para acumular não olhando o pobre, em que o fosso entre mundo rico e mundo pobre se agudiza e cresce desmesuradamente, em que as pessoas valem pelo que têm e não pelo que são, a vida consagrada dá um testemunho de que a vida é muito mais que possuir bens materiais que não nos deixam livres para a relação com os outros, é serviço com o que se é e tem, gerando comunhão entre a humanidade.

Deixo uma palavra de inquietação e outra de esperança: inquietação pela carência de sacerdotes para o serviço das comunidades e esperança de que a acção do Espírito possa fazer surgir na Igreja as necessárias vocações consagradas e de serviço.

A encerrar esta semana de Oração pelas Vocações, a Igreja do Algarve institui no próximo domingo 29, os seminaristas Flávio Martins e Pedro Manuel, respectivamente no ministério de acólito e leitor. Em breve, se Deus quiser seremos enriquecidos com dois novos sacerdotes.

Apelo à oração, na esteira da palavra evangélica: “pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.

NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

quinta-feira, abril 26, 2007

Porque as estórias serão um dia história

por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)

Falar com liberdade será abrir os braços, subir a um banco de jardim e gritar, para quem nos queira ouvir, tudo aquilo que a nossa memória foi guardando, todas as injustiças por que passámos, a divulgação dos actos corruptos, pequenos e grandes, a falta de palavra e de honestidade, o derramarmos, por cima de quem esteja à nossa volta, a indignação por tantas coisas mal feitas e injustas que nos rodeiam.

Talvez, como ser humano, possuído de sentimentos, possamos ficar mais tranquilos para com nós próprios, mas muitos dos que ali estão e nos ouviram lá dirão: «pobre diabo».

Porque não foram e não são competentes para assimilar o que lhes foi transmitido, nem tão pouco são capazes ou têm coragem para pedir o livro de reclamações, a que têm direito, e expor as suas razões.

Há um grande sentimento de acomodação numa larga maioria das pessoas, que arrastam a sociedade para a letargia de uma vida, que é vivida sem darem conta de que são meras marionetas.

Restam, a esta sociedade, os meios de comunicação, digamos independentes, capazes de construir críticas e notícias que podem abalar o quotidiano.

É pena que muitos julguem que a informação dos assaltos, das mortes, das infidelidades ou de outras tantas e pequenas coisas, sejam a realidade do verdadeiro quotidiano.

Elas não são mais do que o fruto dessa árvore maldita que alimenta o sensacionalismo, que retira oportunidades, que deixa milhares e milhares sem conseguirem um pão.

No fundo, é a sociedade de consumo que nos rodeia e vai triturando, sempre no intuito de servir aqueles que já estão servidos. A hipocrisia, a mediocridade, a maledicência, o atropelo são factores que ocupam a linha da frente.

Ao fim de 32 anos, continuamos a escrevinhar um jornal que julgamos equilibrado, com poder interventivo e o respeito dos nossos leitores. Porque falamos verdade, sem subserviência. Ouvindo as partes, dando o máximo de informação, para que o nosso leitor possa retirar ilações.

Não conseguimos chegar a todo o lado, é um facto. Somos, quantas vezes, confrontados com gente que julga que o pequeno espaço que a rodeia é o mais importante do mundo.

Uma das maiores falhas que se observa na construção deste mundo global é a humildade. Uma humildade com sabedoria – como o pensar que o mais velho pode ensinar-nos sempre qualquer coisa.

Devemos saber construir a nossa personalidade, com alegria, fazendo das negativas, peças mais ao menos positivas, aprendendo todos os dias que, afinal, a vida são dois dias – aquele em que se nasce e quando a morte nos leva – porque os outros são de sobrevivência, num mundo cada vez mais global e sem fronteiras.

A nossa luta, no jornalismo, começou nos tempos de liceu, mas é com o jornal «barlavento», que entra, hoje, dia 26 de Abril de 2007, no seu 33º ano de publicação regular, que o nosso contributo tem vindo a ser dado à Nação algarvia.

Com uma equipa de pessoas que se encaixaram no conceito de escola que este jornal possui e a quem muito deve, pelo esforço desenvolvido, entrega e capacidade de diálogo.

Construímos uma pequena obra de arte, que o Clube de Jornalistas distinguiu com o Prémio Gazeta para a Imprensa Regional e que os leitores colocaram como o jornal mais lido no Algarve.

A pergunta coloca-se sempre – valeu a pena? Não direi como o poeta, porque, quando se constrói uma obra, estamos a fazê-lo com prazer. É essa alegria de saber, é esse acumular de sabedoria, que nos enriquece e nos torna, sem o sermos, diferentes de qualquer outra profissão.

Porque é preciso sentir, ter a percepção do que vai acontecer, estarmos na frente da informação, antes de o ser já é nossa a notícia. É o uso desta fruição que nos alimenta e nos torna fortes para irmos para a frente das batalhas.

É o confronto com a realidade, mas de uma forma real, ali mesmo ao nosso lado, para que os factos sejam descritos com verdade e honestidade, o que fortalece a nossa escrita.

Por tudo isto vale a pena ser jornalista. O jornalista é um contador de estórias, com verdade e honestidade. Para ser lido, respeitado e referenciado. Porque as suas estórias serão um dia história.

NOTA: Os comentários de Hélder Nunes são emitidos todas as quintas-feiras, às 9 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.

quarta-feira, abril 25, 2007

Ainda lemos pouco


por Fernando Reis (professor e director do Jornal do Algarve)

No passado dia 23 de Abril comemorou-se o Dia Mundial do Livro e ontem o 33º aniversário do 25 de Abril. Duas efemérides que evocam dois tempos da nossa História: o da longa “noite” da ditadura e o da liberdade. Dois tempos que marcaram culturalmente a so-ciedade portuguesa.

O tempo do analfabetismo – em 1970 havia ainda em Portugal cerca de 25 por cento de analfabetos – uma realidade quase sem paralelo no contexto europeu e o tempo da democratização da cultura e do ensino que empurrou o país para níveis de literacia mais consentâneos com os padrões europeus mas, ainda assim, muito aquém do que é desejável em termos civilizacionais.

Em 1991 ainda havia em Portugal mais de milhão e meio de analfabetos (15,3%). Nestas circunstância torna-se óbvio que qualquer progresso, por mais pequeno que seja – segundo um estudo da Marktest realizado em 2006, já são mais de três milhões os portugueses que lêem livros - no que se refere aos índices de leitura, é sempre de enaltecer, embora se deva ter a consciência de que o nosso atraso ainda é enorme relativamente aos nossos parceiros europeus, principalmente a Suécia, a Finlândia e o Reino Unido que apresentavam, segundo dados de 2001, índices de leitura de respectivamente, 80, 75 e 74 por cento.

Se pensarmos que são os países onde mais se lê os que têm os indicadores de desenvolvimento económico mais significativos, percebemos melhor a importância do incremento dos hábitos de leitura entre os portugueses e, em parte, a razão do nosso atraso. Encontramo-nos, hoje, numa encruzilhada em que temos - sobretudo a escola e os agentes culturais - a responsabilidade de promover o livro e a leitura, incluindo a de jornais, numa corrida em que as novas tecnologias da informação e comunicação se assumem, cada vez mais, como fortes concorrentes.

Numa data em que celebramos o 25 de Abril, importa ter presente que a batalha do desenvolvimento e, consequentemente, da aproximação ao pelotão da frente da União Europeia passa, também, inevitavelmente, por um cada vez maior sucesso educativo e pela melhoria dos nossos indicadores culturais.

NOTA: Os comentários de Fernando Reis são emitidos todas as quartas-feiras, às 9 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.

segunda-feira, abril 23, 2007

PS Algarve tem falta de Comunicação

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)

Nos últimos tempos, sobre os grandes temas políticos, como a regionalização ou outros, o PSD Algarve tem tido dois rostos e duas vozes – Mendes Bota e Macário Correia. De resto, nem sempre coincidentes… Longe disso, mesmo. Já o PS Algarve… Não tem tido nem rosto, nem voz. Há aqui qualquer coisa que não está a correr bem. Há um défice de protagonismo e uma ausência de protagonistas. O PS Algarve está com um défice de comunicação… Está numa situação que não pode prolongar-se.

Como vão longe os tempos de Luis Filipe Madeira ou mesmo de José Apolinário. E no entanto… No entanto, se formos ver até há trabalho feito. Até há projectos e projectos em marcha. A organização do PS Algarve, os seus militantes, as suas estruturas de base, até estão a trabalhar e muito. Mas isso não se vê. Nem se ouve. Nem se nota.

Portanto, um défice grave de comunicação. O PS Algarve deveria rapidamente procurar os meios de resolver esta crise de comunicação. Porque faz falta ao Algarve.

Deveria encontrar um ou dois protagonistas regionais, capazes de representar e defender os interesses reais e legítimos do Algarve. E deveria ainda ser capaz de comunicar, de tornar visível, quase palpável, o seu trabalho político.

PORQUE O Algarve não pode dispensar nem perder um PS activo, forte e bom comunicador. E este PS até tem capacidades e qualidades… Vamos a ver se conseguem resolver depressa este percalço…

Para finalizar – não tendo nada a ver com isto mas sendo coisa muito humana – o Eusébio está nos cuidados intensivos devido a grave problema cardíaco… Rápidas melhoras e a ver se rapidamente vamos almoçar à TiMatilde ou jantar ao 7 Mares… Um abraço, Eusébio.

NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

sexta-feira, abril 20, 2007

Tragédia nos EUA


por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

Esta semana deparámo-nos com o assassinato de 32 jovens na Universidade Técnica da Virgínia, nos Estados Unidos da América.

Devemos parar para reflectir e unirmo-nos de forma solidária, cada um à sua maneira, conforme as suas convicções, às famílias das vítimas.

Os Estados Unidos habituaram-nos a estas tragédias, ao qual não deve ser alheio o seu modelo económico/social que leva à deterioração de valores.

O que ocorreu deve levar o poder político a uma profunda reflexão, buscando soluções e partilhando propostas entre Estados que minimizem as causas que levam a estas tragédias.

Interroguemo-nos todos sobre a forma como podemos educar para a paz!

É imprescindível que os nossos filhos aprendam a tomar decisões éticas que os comprometam com a vida.

Aprende-se fazendo. Parece-me mesmo que se queremos que os nossos filhos aprendam a viver a paz, teremos de criar nos nossos lares e nas nossas escolas os contextos da democracia, da justiça e da liberdade que lhes permitam esse direito primário da cidadania: o de se constituírem cidadãos conscientes, responsáveis, livres, corajosos, solidários, profundamente éticos. Infelizmente esse espaço da cidadania por vezes falha. Urge começar por aí.

Termino com um comentário que ouvi de um Bispo dos Estados Unidos da América, a propósito do que se passou na Universidade da Virgínia: “ pensemos nos anos de amor, de atenção, de carinho que os pais deram aos seus filhos que viram ceifados por uma bala”.

NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

quinta-feira, abril 19, 2007

Saia de cena quem não é de cena

por Hélder Nunes (jornalista e director do Barlavento)

A democracia só ganha vitalidade se houver renovação numa percentagem acentuada dos seus protagonistas.

Porque as mulheres e os homens novos trazem ideias frescas, são capazes de fugir ao instituído, a sua forma de estar na política pode e deve ter a finalidade de injectar sangue novo nas veias de uma sociedade que cada vez menos se revê em muitos dos políticos que por aí andam.

José Vitorino, ex-presidente da Câmara de Faro e actual vereador, veio anunciar a sua candidatura em 2009 à presidência da autarquia, criticando a actual maioria, sem reconhecer que a sua derrota se deveu a ele próprio e à política que desenvolveu durante quatro anos e que os farenses não aprovaram, votando nas urnas a sua derrota.

Um candidato derrotado muito dificilmente, e sem contar com os apoios partidários que teve nas anteriores candidaturas e as críticas que os sectores seus apoiantes manifestam contra a sua pessoa, poderá obter uma vitória.

Não acreditamos que José Vitorino não se aperceba de que não possuiu espaço político para se movimentar, e que o sonho que alimenta não passa de uma quimera, que ele alimenta para satisfação do seu próprio ego.

Quando, por exemplo, José Vitorino pede para a Câmara fazer «mais e mais depressa», esquece-se que a autarquia vive descapitalizada, que o próprio Governo condiciona os investimentos por impossibilidade, que vem do seu tempo, da Câmara se poder endividar, contraindo empréstimos.

Porque o futuro, daqui a dois anos, pertence a novos elementos políticos, muito por força da própria regionalização e do dinamismo criativo que é necessário imprimir às autarquias, fugindo ao conceito capelista, tão do agrado de José Vitorino, para uma envolvente com outros concelhos em projectos de dimensão intermunicipal. Por isso, é importante que os «mais antigos» saiam de cena, dando lugar aos novos.

José Vitorino teve o seu tempo, a sua época de intervenção política, mas, hoje, no ano de 2007, é altura de começar a retirar-se e, se assim o entender, dar lugar a um seu continuador. A sua natureza de pessoa inquieta, quase rebelde, não lhe deixa ver os tempos modernos que se avizinham.

E não desiste. Quer continuar, porque ainda vai havendo quem utilize as suas deixas para alimentar alguma polémica. Uma polémica que nunca chega muito longe.

Se José Vitorino fomenta alguma polémica, esta semana, Helder Martins, presidente da Região de Turismo do Algarve, ao ser apresentado como director comercial de um grupo hoteleiro, sem ter pedido a demissão da presidência da RTA, tornou-se alvo de críticas.

Helder Martins não tinha necessidade de ter criado toda a efervescência que se verifica neste momento em torno da RTA, onde José Dias, que era vogal, assume provisoriamente o posto de presidente em exercício, o que leva a supor que o anterior presidente pode voltar a reocupar o cargo.

Porque razão não apresentou Helder Martins o seu pedido de demissão, alegando incompatibilidade com o lugar que iria ocupar num grupo privado?

A sua demissão levaria à realização de eleições antecipadas ou, caso o secretário de Estado assim entendesse, porque a Lei das Regiões de Turismo vai ser alterada, à nomeação de uma comissão administrativa, que até poderia servir para a elaboração dos futuros estatutos do órgão face à nova lei.

Aí, Helder Martins sairia com toda a legitimidade, porque estava a construir o seu futuro, e não deixava pendurados rabos-de-palha, nem as interrogações que se colocam de se saber se é legítimo ou não o que se está a passar.

Por outro lado, Helder Martins partia para ocupar a sua vida profissional num grupo privado, algo a que todo o cidadão tem direito.

Como as coisas ficaram, vão ser colocadas interrogações, e Helder Martins, que podia ter saído com a certeza do dever cumprido e a cortesia de anunciar a sua renúncia mais cedo ao cargo, parece ter complicado tudo.

Porque não convoca José Dias a Comissão Regional e apresenta a carta de Helder Martins a demitir-se do cargo de presidente, definindo, nesse órgão, o modelo a seguir, de acordo com parecer do secretário de Estado – nomeação de uma comissão administrativa ou eleições antecipadas?

O Partido Socialista, perante esta situação, e sendo Governo, vai analisar a nível da Federação o que se está a passar.

Exigirá, certamente, um parecer do secretário de Estado do Turismo e procurará tomar conta do processo, porque a Helder Martins vai suceder, com toda a certeza, um homem da total confiança dos socialistas.

NOTA: Os comentários de Hélder Nunes são emitidos todas as quintas-feiras, às 9 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.

quarta-feira, abril 18, 2007

Evocando Abril


por Fernando Reis (professor e director do Jornal do Algarve)

Em tempo de mais um aniversário do 25 de Abril, acontecimento que mudou radicalmente o rumo das nossas vidas, com o fim da ditadura e a institucionalização da democracia, o país continua a debater-se com graves problemas económicos e sociais e a revelar-se incapaz de assimilar os valores e princípios de cidadania subjacentes ao movimento miltitar que libertou o país naquela madrugada de esperança.

Decorridas mais de três décadas, a democracia política está perfeitamente consolidada e o país modernizou-se, mas não fomos capazes de dar o salto que se impunha em áreas fundamentais, como a economia, a educação e a organização social. Continuamos na cauda da Europa no que respeita aos índices de desenvolvimento económico, de sucesso escolar e de justiça social e mergulhados em escândalos e corrupção, que atravessa a sociedade, do futebol à política. Temos democracia, alternância governativa e presidencial, mas para a maioria dos portugueses continua adiada a esperança num futuro melhor, como sonharam muitos dos que viveram a Revolução dos Cravos. Um sonho que se vai afogando num mar de descrença e conformismo.

Trinta e três anos depois da Revolução dos Cravos, já não conseguimos manter viva a chama reivindicativa que alimenta a mudança.Vive-se um sentimento de impotência e fatalismo, agravado pela prepotência de uma maioria absoluta e pelo desinteresse dos jovens pela causa pública. Mas, neste virar de costas dos jovens, há uma responsabilidade da geração de Abril pela forma como não se tem sabido fazer a pedagogia da democracia.

Se, para nós que vivemos dois tempos - sob o fascismo e a democracia -, é fácil percebermos a importância da mudança e a felicidade de sermos livres, para as gerações mais novas, que já nasceram e cresceram em liberdade, essa consciencialização torna-se, obviamente, mais difícil e muito mais ainda se torna quando a política está longe de ser uma escola de virtudes e os políticos se vão descredibilizando.

Educar os jovens no espírito de Abril é uma responsabilidade histórica e uma emergência, se quisermos, efectivamente, construir um futuro melhor, mais próspero, justo e igualitário. É uma tarefa árdua, mas inadiável, que deve envolver, acima de tudo, a família e a escola.

Ademais quando muitos portugueses, apesar da escolha ter sido feita no âmbito de um concurso televisivo importado de forma infeliz, continuam a achar que o ditador Salazar, responsável por um dos períodos mais negros da nossa história, foi "o maior português de sempre".

NOTA: Os comentários de Fernando Reis são emitidos todas as quartas-feiras, às 9 horas, com repetição às 15 e às 21 horas.

terça-feira, abril 17, 2007

A nossa segurança

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)

Vamos falar de um bem muito precioso – a nossa segurança

O governo está a reformular todo o dispositivo de segurança do território nacional…

Como sempre que se mexe em qualquer coisa há muito tempo instalada, há sempre gente que se sente incomodada e que protesta.

Mas não é isso que é o mais importante. O que realmente interessa é se com a nova solução se vai melhorar. Se vai conseguir mais eficiência… Porque as ameaças mudaram, precisamos de adaptar o nosso dispositivo de segurança a estas novas realidades ameaçadoras.

Basta ver o que no fim da semana se passou com a lancha voadora e… fantasma.

Basta ver como, aqui bem próximo, à nossa porta, de facto, se desenvolve o terrorismo islâmico.

Precisamos mesmo de nos defender… Por isso, faz sentido actualizar o dispositivo de segurança. Vamos é ver se… isso é bem feito.

NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

sexta-feira, abril 13, 2007

Saber distinguir o essencial do secundário


por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

Assisti perplexo durante quase um mês à polémica em torno da licenciatura do Eng. José Sócrates, Primeiro Ministro de Portugal.

Toda a gente opinou e o país quase parou.

O Primeiro Ministro explicou-se e o líder do Partido Social Democrático, apressou-se em dizer que não ficou esclarecido

Sou daqueles que se vai cansando. Entendo que o bom senso, o sentido da responsabilidade e os valores como a verdade, a justiça e o respeito pelo outro, torna-se cada vez mais difícil, mas é urgente!

Os políticos têm ontem como hoje, o dever de fomentar o melhor clima de educação, com valores.

Agarrem-se aos verdadeiros problemas do país:

- a quebra crescente de natalidade;
- as mães adolescentes;
- o tráfico e o consumo de droga;
- o vergonhoso insucesso escolar;
- o desemprego injusto;
- as carências sociais que destrói famílias;
- o abandono dos idosos;
- os serviços de saúde que não respondem às expectativas e necessidades dos utentes;
- a dramática violência doméstica;
- a insegurança, etc…

Parece que estamos a viver uma inversão de valores.

Torna-se urgente saber distinguir o essencial do secundário, mantendo a capacidade de discernimento… sem nos deixarmos impressionar por tanto escândalo.

NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

segunda-feira, abril 09, 2007

MEDICINA NO ALGARVE E OUTROS PIN… E A CHATICE DOS EMPATAS

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)

Os projectos de interesse nacional são uma forma expedita de tornear a miserável burocracia portuguesa de modo a alcançar a qualificação da oferta turística. De modo a dar, no nosso caso, ao Algarve uma qualidade que ele perdeu nas últimas décadas que tem estado sujeito às investidas de patos-bravos e outras aves de arribação, sem capital e sem bom gosto.

No estado a que chegou o Algarve precisa de ser, rapidamente, requalificado. Daí o interesse destes projectos PIN que representam grandes investimentos, com capital assegurado e parâmetros de qualidade garantidos.

Como não podia deixar de ser, os empatas ecologistas vieram já disparatar sobre o assunto… Que não, que os PIN são uma forma do Governo privilegiar os grandes operadores económicos e de fazer uso abusivo da legislação, etc e tal… E vão ao ponto absurdo de achar que só depois a discussão de um projecto ser alargada a todos os cidadãos é que é legítimo atribuir tal classificação a um projecto. Ou seja, dia de São Nunca bem pela tarde…

Mas num caso destes, para que serviria um Governo? Estes ecologistas empatas querem montar um circo político… Fazer um PREC permanente…

Esta gente decididamente não sabe o que é um Estado de direito e nem como ele funciona… Se querem uma democracia popular e mais um prec proponham isso e vão a votos nas próximas eleições. Mas não chateiem quem investe e quem trabalha!

Aliás, quem diabo é essa gente? Quem votou neles? Quando e para quê?

Até agora, punham em causa o desenvolvimento económico… Agora, vão mais longe e querem pôr em causa a Democracia e o Estado de Direito! Não há pachorra…

Mas se há empatas destes também há boas notícias.

Por exemplo, acho que merece o maior destaque o facto de uma equipa da Universidade do Algarve, de um grupo de cientistas do Algarve, ter criado uma nova técnica para detectar o vírus da SIDA. Um trabalho já reconhecido além fronteiras e que teve acolhimento nas mais exigentes das instâncias científicas mundiais. Parabéns, pois, à equipa de Guilherme Ferreira, do Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural da Universidade do Algarve.

E isto, é claro, leva-nos à questão de saber como anda o projecto de criação do curso de Medicina na Universidade do Algarve… O senhor ministro Mariano Gago tem que responder positivamente a esta proposta bem estruturada e tem de responder em tempo útil. Resolvidas as questões técnicas e científicas, esta iniciativa não pode morrer por falta de resposta política de Mariano Gago.

O reitor, Professor João Guerreiro, espera começar já no ano lectivo de 2009… Oxalá consiga e conta, é claro, com toda a ajuda… Medicina no Algarve é ou deve ser também um Projecto de Interesse Nacional!

NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

sexta-feira, abril 06, 2007

Páscoa… Festa das Festas


por Albino Martins (director do Centro Paroquial de Cachopo)

Para os cristãos a Páscoa é a Festa das Festas, o que quer dizer o ponto culminante de toda a vida da Igreja ao longo do ano.

Chega-se à Páscoa e parte-se da Páscoa para se entender tudo o que o cristão é, vive e celebra, nos diferentes momentos e etapas por onde passa o seu caminhar: desde o nascer até à partida deste mundo.

A Páscoa é, pois, como uma luz que ilumina e acompanha os nossos passos. Essa luz é Jesus Cristo, que, tendo vindo ao nosso encontro, acompanha-nos no caminho, faz-se nosso companheiro de jornada, passa por todo o nosso viver, para depois nos introduzir no reino da glória do Pai, donde Ele veio e para onde voltou, atravessando as barreiras da morte.

É esta passagem vitoriosa e gloriosa que a Páscoa celebra e, por isso, ela está em todos os momentos celebrativos.

Cristo é, pois, a nossa Páscoa. Em cada ano somos convidados a redescobrir e a interiorizar, através das festas pascais, esta presença salvadora de Cristo nas nossas vidas.

Desejo a todo o auditório da Gilão, uma Santa Páscoa.

NOTA: Os comentários de Albino Martins são emitidos todas as sextas-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.

terça-feira, abril 03, 2007

Aviso à elite política

por José Mateus (consultor de comunicação e autor do blogue CLARO)

Hoje não vou falar do ALLgarve, nem de outras ALLarvidades.
Quero falar de outra coisa. Da relação entre as elites, nomeadamente a “elite política" e o chamado “povo”. Como pergunta hoje, no Público, Pedro Magalhães, “Quando as elites acham que o povo é um bocado estúpido, até que ponto são elas próprias sinceramente democráticas?”

Pois, são pouco democráticas, são-no até, só até, um ponto muito fraco…Só até onde lhes interessa.

O problema é que essa é uma situação desequilibrada que só artificialmente se aguenta… E ai, nesse caso, as próprias elites - e nomeadamente a élite política - costumam ser devoradas. Aviso às élites e particularmente à “elite política”: Pensem nisto e lembrem-se da I República... Até pra semana.

NOTA: Os comentários de José Mateus são emitidos todas as terças-feiras, às 11 horas, com repetição às 17 e às 23 horas.